O número de vítimas de minas antipessoais diminuiu em 2019, embora continue elevado, de acordo com um relatório internacional publicado nesta quinta-feira (12).
Em 2019, ao menos 5.554 pessoas foram afetadas pela explosão de minas, 2.170 delas morreram em 55 países e territórios, segundo a edição deste ano do relatório Monitor de Minas Terrestres.
Esses números são menores do que as 6.897 vítimas no ano anterior e as 9.439 em 2016, mas superam as 3.457 em 2013.
“O aumento significativo de vítimas desde 2014 deve-se principalmente ao elevado número de vítimas em alguns países imersos em intensos conflitos armados, nos quais se faz uso extensivo e improvisado de minas”, indica o relatório.
No entanto, o relatório alerta para o elevado número de vítimas de minas terrestres e também lamenta a diminuição do financiamento para a sua remoção.
A maioria das vítimas são civis do sexo masculino e muitos deles têm menos de 18 anos.
O documento indica que ao menos 1.562 menores foram afetados pela explosão em 2019, o que representa 35% do total de vítimas e 43% dos civis afetados.
A Birmânia foi o único país em que o exército estadual usou minas antipessoais, de acordo com o relatório.
Mas o uso dessas armas nocivas está se tornando cada vez mais comum entre grupos armados não estatais em países como Afeganistão, Colômbia, Índia, Líbia, Birmânia e Paquistão.
– ‘Vidas e membros’ –
De acordo com o relatório, os feridos pelas minas também foram “fortemente afetados” pela crise da covid-19 e seu acesso a serviços de saúde e ajuda educacional ficou limitado.
O Tratado de Ottawa, de 1997, proibiu a aquisição e uso de minas antipessoais em 164 países.
Mas em dez desses países, como Afeganistão, Etiópia, Tailândia, Turquia e Ucrânia, “há contaminação maciça por minas antipessoais”.
“Cada mina mantida no solo representa a perda de uma vida ou de um membro humano”, explica Margaret Arach Orech, embaixadora da Campanha Internacional para a Proibição das Minas (ICBL).
Em 2019, cerca de 123.000 minas terrestres foram destruídas ou removidas e cerca de 156 quilômetros quadrados, a maioria concentrados no Afeganistão, Camboja, Croácia e Iraque, conseguiram livrar-se delas.
As autoridades chilenas também informaram no início deste ano que limparam todas as áreas minadas do país.
O Reino Unido anunciou na terça-feira que todas as minas restantes no arquipélago foram retiradas das Ilhas Malvinas, após terem sido instaladas, em 1982, durante o conflito entre o Reino Unido e a Argentina.