Domingo, 22 de Dezembro, 2024

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Angonabeiro sugere fazendas âncoras

O director-geral da Angonabeiro, Miguel Carvalho, defendeu, esta sexta-feira, a instalação de fazendas âncoras de café em Angola, para que o país consiga aumentar a sua produtividade e alcançar, a longo prazo, a produção de 240 mil toneladas/ano.

Trata-se de um marco já atingido pelos produtos nacionais, em 1974, que esta empresa do Grupo Nabeiro acredita ser possível resgatar, com forte investimento do Estado.

Dados obtidos pela ANGOP indicam que, de 1974 até agora, a produção de café decaiu em Angola, como resultado da guerra civil que se desencadeou depois da conquista da independência nacional, fixando-se, agora, nos residuais sete mil toneladas/ano.

Entretanto, segundo um estudo sobre “Análise da cadeia de valor para o desenvolvimento”, financiado pela Unidade Alimentar, nutrição e desenvolvimento rural da direcção de cooperação da União Europeia, Angola importou, entre 2016 e 2018, produtos de café no valor de 12,8 milhões de euros.

No mesmo período, o país exportou café avaliado em 3,2 milhões de euros, registando um défice na balança comercial de 9,6 milhões de euros.

O estudo, financiado pela União Europeia, revela que 90% da produção de café de Angola é feita por produtores familiares (23 mil e 345 famílias).

Apesar destes indicadores, a produção do “bago vermelho” em Angola ainda está muito longe dos números obtidos no período colonial, fundamentalmente até 1974.

Para inverter este quadro, a par das fazendas âncora de café, o gestor da Angonabeiro, detentora da marca café Ginga, sugeriu que as autoridades criem mecanismos para tornar a agricultura mais atraente e políticas para estimular os agricultores.

Conforme Miguel de Carvalho, que falava em entrevista à ANGOP, cuja íntegra será publicada nas próximas horas, a empresa sempre acreditou que Angola pode voltar a ser grande produtor de café.

Por esta razão, informou, desde 2000 tem vindo a dinamizar a produção do bago pelo país, apoiando, actualmente, cerca de 20 mil famílias.

Para este grupo, Angola é um dos mercados mais importantes para o Grupo Nabeiro. Prova disso é que é o único país (à excepção de Portugal) onde o Grupo tem fábrica, contando já com mais de 100 colaboradores em território angolano.

A Angonabeiro representa cerca de 30% do volume de negócios das vendas internacionais do Grupo Nabeiro, pelo que o investimento tem estado alinhado com importância desta representatividade.

A Angonabeiro garante o abastecimento contínuo, com cobertura nacional – em todas as províncias – a partir das instalações de Luanda, onde produzem, anualmente, mais de 400 toneladas de açúcar e 200 toneladas de café torrado.

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