As comemorações do Dia Mundial do Professor estão marcadas por incertezas, um pouco por todo o país, sobre o regresso à aulas.
Hoje milhares de estudantes do ensino universitário e das classes de transição do I e II ciclos do ensino secundário regressaram às aulas em todo o país.
A reabertura das escolas ocorre sete meses depois da suspensão das aulas presenciais, face à pandemia da Covid-19, que já infetou 5.402 cidadãos em Angola, com 195 óbitos.
As aulas retomam sob fortes medidas de biossegurança, mas muitos encarregados de educação temem que as medidas implementadas nas escolas não sejam suficientes e que as escolas se tornem em novos focos de contaminação da doença.
Por sua vez, a ministra da Educação, Luísa Grilo, reconheceu as limitações existentes, segundo ela, muitas escolas não têm condições para retorno ás aulas, mas o governo está a fazer todos os possíveis para ir criando as condições.
“Estamos a trabalhar de modo faseado, exatamente para permitir que ali onde ainda não há condições, possamos fazê-lo ao longo deste cerca de um mês que ainda temos, mas é preciso vencermos a covid-19 sem abandonarmos a escola, pois as crianças não podem ficar sem estudar”, disse a ministra.
Numa primeira fase, retomam os estudantes universitários e os da 6ª, 9ª, 12ª e 13ª classes, que deverão cumprir, rigorosamente, as medidas impostas pelas autoridades sanitárias do país.
O uso da máscara, a medição da temperatura, o distanciamento social e a desinfecção das mãos passam a integrar a rotina escolar dos alunos.
O calendário escolar prevê, para o dia 19 de Outubro, o retorno dos estudantes da 7ª, 8ª, 10ª e 11ª classe, todas também do II ciclo do ensino secundário, ao passo que o ensino primário e o I ciclo começam dia 26 de Outubro.
Com as turmas divididas em grupos, no ensino primário e I ciclo, as aulas terão duração de 02h30, enquanto no II ciclo do ensino secundário 03h30 de carga horária, sem direito a intervalo.
Para o efeito, as instituições escolares devem ter as condições mínimas de biossegurança e distanciamento físico, desinfestar e fazer a ventilação constante das salas de aulas.
Devem ainda fazer a gestão de resíduos segundo as regras de biossegurança, incluindo o esvaziamento diário dos recipientes de resíduos e a disponibilização de recipientes higienizados ao começo de cada dia de actividade lectiva.
Estão, também, orientadas a fazer a renovação frequente do ar nas salas de aulas, preferencialmente com as janelas e portas abertas, além de encerrar espaços não necessários à actividade lectiva, como cantinas, refeitórios, salas de apoio, salas de convívio de alunos e outros, enquanto houver pandemia.
Outra medida obrigatória passará a ser a redução da lotação em 50 por cento das bibliotecas, laboratórios e salas de informática.
No geral, o país controla 18 mil e 297 escolas (com 97 mil e 459 salas de aulas em funcionamento no ensino geral), sendo 2.513 do I ciclo, 1.307 do II ciclo do ensino secundário públicos e dois mil colégios.
As escolas no ensino geral (públicas) acolhem mais de 10 milhões de alunos, enquanto as pública-privadas e privadas, entre as quais 666 localizadas em Luanda, contam com um milhão e 500 alunos matriculados.
Já o ensino superior conta com 8 universidades públicas, 7 institutos superiores públicos, onde estão matriculados cerca de 200 mil estudantes.

