Sábado, 7 de Dezembro, 2024

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Paris rejeita qualquer proposta que ponha em risco mercado único europeu

O ministro da Economia e Finanças francês disse hoje que a França rejeita qualquer proposta que possa colocar em risco o mercado único europeu, após o plano dos britânicos que poderia modificar unilateralmente o acordo sobre a Irlanda do Norte.

“Não aceitaremos algo que possa comprometer o mercado comum, uma das principais conquistas” da União Europeia (UE), assegurou Bruno Le Maire, que exortou aos 27 a “permanecerem unidos” como já têm estado nesta matéria.

Le Maire foi o mais contundente a este respeito entre os ministros europeus da Economia e das Finanças que, chegando a uma reunião informal do Eurogrupo em Berlim, foram questionados pelos meios de comunicação sobre esta nova viragem nas negociações do “Brexit”.

No entanto, todos os ministros concordaram com o conteúdo da mensagem do ministro francês ao tomarem posição sobre a decisão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de se reservar o direito de modificar partes da secção sobre a Irlanda do Norte do tratado de retirada do Reino Unido da UE.

O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, anfitrião da reunião, já que o seu país detém a presidência rotativa do Conselho da UE neste semestre, sublinhou que para avançar nas atuais negociações “é necessário ater-se ao que foi acordado”.

Nesse mesmo sentido, o ministro das Finanças irlandês, Paschal Donohoe, presidente do Eurogrupo, defendeu o “cumprimento dos acordos” assinados, um “pré-requisito” para qualquer decisão futura sobre as negociações em curso no campo económico entre as duas partes, uma vez que o período de transição termina em 31 de dezembro.

“A União Europeia quer uma relação comercial futura que proteja o mercado comum”, disse Paschal Donohoe sobre o anúncio britânico.

Donohoe agradeceu também a “solidariedade” e o “apoio” que os seus colegas europeus lhe deram perante “este desafio”.

O Governo britânico publicou na quarta-feira o projeto de lei do mercado interno do Reino Unido, destinado a regular o comércio interno se o país deixar a UE em 31 de dezembro sem um acordo comercial bilateral.

O Governo britânico argumenta que a legislação proposta é uma “rede de segurança” para o caso de não existir entendimento para um acordo de comércio para resolver problemas jurídicos e evitar “criar novas barreiras ao comércio entre diferentes partes do Reino Unido, burocracia desnecessária para as empresas e custos adicionais para os consumidores”.

O texto inclui elementos que incomodaram Bruxelas e outras capitais europeias, como Londres reservar-se ao direito de “modificar ou deixar de aplicar” algumas regras relativas à circulação de mercadorias contidas no Protocolo da Irlanda do Norte ao acordo de saída.

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