Angola reitera importância do investimento em África

A representante permanente de Angola junto do Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) e demais organizações Internacionais em Genebra, Suíça, Margarida Izata, declarou hoje (quarta-feira), que Angola reitera a importância do incremento dos níveis de investimento em África.

Para a embaixadora Margarida Izata, que falava na qualidade de coordenadora do grupo africano, na sessão de encerramento da 67ª Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento, decorrido na Suíça, os africanos apreciam a análise detalhada sobre o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em África, no quadro do cumprimento dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a transformação da produção no continente.

No evento, o grupo africano observou com preocupação que com o impacto da pandemia do Covid-19, os fluxos de investimento directo estrangeiro para África irão cair de 25 para 40 % em 2020, conforme o relatório em análise.

A embaixadora lamentou que o declínio esperado seja particularmente preocupante porque os fluxos do IDE para África estão já numa tendência de queda, tendo diminuído em 10 % e atingido uma cifra de USD 45 mil milhões em 2019, o que representa um impacto negativo nos recursos naturais para a manufactura e o sector dos serviços no continente.

Segundo Margarida Izata, apesar das perspectivas de redução imediata do IDE para o continente africano, alguns factores atenuantes podem limitar a extensão do declínio e ajudar a iniciar uma recuperação. Estes, incluem, num futuro próximo, a implementação do Acordo da Zona de Comércio Livre Africano e a conclusão do seu protocolo de investimento, bem como o aprofundamento de iniciativas apoiadas pelas principais economias emergentes e globais.

O grupo africano felicitou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) pelos esforços em fornecer uma opinião especializada e aconselhamento para ajudar os países africanos no contexto do protocolo de investimento do continente e apelou à organização para continuar a sua formação anual no que tange aos acordos internacionais de investimento no continente berço da humanidade, através das suas plataformas.

O grupo reconheceu também o apoio da UNCTAD à plataforma de governação electrónica que permitiu que países do continente africano, como Benim, Quénia, Mali, Camarões, Lesotho, Ruanda, Uganda e Tanzânia, continuassem a fornecer serviços essenciais e novas medidas de resgate fiscal para empresas, por meio de janelas online únicas, enquanto os escritórios físicos estavam encerrados.

O grupo africano encorajou a UNCTAD a continuar a fornecer contribuições analíticas e assistência técnica aos estados membros na área de investimento para o desenvolvimento, incluindo monitorizar as tendências de investimento que permitirão a implementação da Agenda de 2030.

Angola coordena o grupo africano na Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento, num mandato rotativo de um ano, onde tem defendido com determinação os interesses de África, sobretudo as políticas do continente relacionadas com o desenvolvimento, comércio, transporte, finanças e tecnologia.

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