Domingo, 14 de Setembro, 2025

O seu direito à informação, sem compromissos

Pesquisar

Restrições de importação de bens de consumo animam agricultores

As restrições impostas pelo governo angolano de importação, com recurso à divisas do Tesouro Nacional, de 11 produtos cuja capacidade instalada já responde à necessidade de consumo interno, animam os agricultores da província do Huambo, que se sentem cada vez mais motivados em produzir.

A opinião é de alguns agricultores entrevistados hoje, sexta-feira, pela Angop, que consideram a iniciativa como uma das estratégias viáveis para responder aos desafios do aumento da produção e diversificação nacional.

Para o agricultor Domingos David, a medida vai reduzir as desvantagens que se registam em relação aos produtos importados e fazer com que a agricultura nacional possa responder às necessidades do país.

No entanto, defendeu a necessidade de se criar um banco de dados nas províncias para catalogar os produtores e os níveis de produção, no sentido de se evitar roturas.

Neste domínio, destacou a iniciativa do governo de realizar o Recenseamento Agro-Pecuária e Pescas (RAPP), em curso em todo território nacional, que no seu entender vai permitir saber quantos produtores existem no país, o que produzem e como produzem.

Domingos David defendeu igualmente o aprimoramento das condições técnicas de produção, como as vias de acesso, a disponibilização de meio para o  alargamento das terras aráveis, de sementes e adubos específicos.

O proprietários das fazendas Catumbo I, na comuna do Lépi (Longonjo) e Catumbo II, na comuna da Chinhama (Cachiungo), onde dedica-se ao cultivo de milho, feijão, soja, batata rena e doce, tomate, cebola e a criação de animais, defendeu ainda a realização de estudos para correcção dos solos, de modo a que se alcance os níveis desejados, em termos de aumento da produção.

Já o agricultor Bonifácio Mukinda, proprietário da fazenda Missassa, na comuna do Cambuengo (Mungo), referiu que a media vem em boa altura, porquanto a sua efectivação vai dinamizar as trocas comerciais, uma vez que um bom número de produtos nacionais se tem estragado nas zonas de cultivo, por falta de mercado.

No entanto, chama a atenção dos nacionais para a importância de uma producção de qualidade.

João António Manuel, outro agricultor, também mostrou-se satisfeito com a decisão e sugeriu a criação de mais estratégias para alavancar o sector agrícola do país, por ser a principal fonte de riqueza e factor de desenvolvimento de qualquer economia.

A medida do governo aprovada no passado dia 24, vem expressa no Decreto Presidencial 126/20, de 5 de Maio, que revoga o 75/17 das Exportações e Importações, pois essa legislação surge para regular os novos procedimentos em matéria de género, cuja prioridade do executivo recai para a produção nacional e abrange  produtos como o massango, massambala, batata-doce, alho, cebola, cenoura, feijão, amendoim, tomate e água engarrafada.

De acordo com o diploma legal, a mesma está devidamente alinhada aos instrutivos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e visa proteger a produção nacional e permitir que os recursos cambiais de que o país dispõe sejam destinados ao serviço do desenvolvimento económico e social.

De igual modo, ela visa incentivar e apoiar à produção nacional, sem prejuízo da importação do diferencial em falta ou da produção local que não satisfaça a demanda interna.

Segundo adianta, não vem proibir a importação de produtos da cesta básica, mas sim redefinir o perfil do importador e proteger a produção interna.

Mais Lidos
  • No results available
×
×

Cart