Um incêndio de grandes proporções deflagrado hoje no complexo turístico Cambumbe Lodge, arredores da cidade de Menongue, adiou a eleição da 2ª secretária do MPLA na província do Cuando Cubango, onde decorria a VIII reunião ordinária do partido na região.
Apesar de todo cenário montado para, entre outros assuntos eleger-se a 2ª secretária, os 141 membros presentes foram surpreendidos pela chama e muito fumo, o que motivou um alvoroço e dispersão imediata dos participantes.
Em breves declarações à imprensa, o porta-voz dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, Júlio Muliata, disse que as causas do incêndio não foram identificadas, embora existam fortes indícios de fogo posto, que partiu do exterior do complexo e rapidamente estendeu-se para o interior devido às fortes rajadas de vento.
Quanto à intervenção dos bombeiros, afirmou terem sido envolvidos 64 elementos e duas viaturas equipadas para a extinção do incêndios, que foram insuficientes uma vez que uma parte considerável do complexo foi construída com madeira e coberto de capim, que facilitou a proliferação do fogo e condicionou a actuação da equipa de extinção.
Relativamente aos prejuízos, destaca-se, entre os vários bens atingidos que estão a ser contabilizados, 164 suites com todo o seu equipamento, nomeadamente camas, aparelhos de ar condicionado, televisores, loiça sanitária, entre outros.
“Notamos uma certa negligência por parte da instituição. Não temos tido bocas-de-incêndio que é uma coisa muito importante para ajudar os bombeiros na sua actuação”, lamentou.
Por formas a evitar situações idênticas, o porta-voz chama atenção para a importância da colocação de “barreiras de corte de fogo”, devido ao capim seco fora e dentro do complexo.
Inconformado com a situação, o proprietário daquela instituição hoteleira prometeu pronunciar-se nos próximos tempos.
O primeiro secretário provincial do MPLA no Cuando Cubango, Júlio Bessa, lamentou o sucedido, tendo considerado ter sido um acontecimento fortuito grave, sendo uma situação recorrente relacionada ao controlo das queimadas.
“ Foi um mau acontecimento. Lamentamos imenso e manifesto a minha solidariedade para com o proprietário”, sublinhou, aventando a possibilidade de reavaliar os níveis e meios técnicos de actuação dos bombeiros.
Para o dirigente político, a moldura penal relacionada aos crimes ambientais, sobretudo as queimadas anárquicas deve ser revista e agravada para se evitar tais práticas.
O complexo em causa tem sido fértil no acolhimento de actividades políticas e governativas, tendo acolhido na última quinta-feira, o III Conselho Alargado do Governo Provincial.
Sobre a reunião, disse que tudo deverá ser feito para que seja realizada na próxima segunda-feira.
“Vamos retomar as actividades segunda-feira. Somos um partido resiliente, com objectivos claros, temos uma agenda e segunda-feira de manhã retomaremos a mesma”, realçou.