A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reiterou hoje, segunda-feira, em Luanda, que o cadáver continua a ser um elemento de alto contágio de Covid-19, por isso desaconselha que seja manuseado pelos familiares.
“Não é permitido a manipulação do cadáver, nem a exposição das pessoas ao cadáver”, reiterou Sílvia Lutucuta, que evocou regulamentos sanitários internacional e nacional para alertar que os mortos por Covid-19 “só devem serem manuseados por técnicos sanitários”.
Esclareceu que tão logo a pessoa faleça, de seguida verifica-se as medidas de saúde pública, como a desinfecção do cadáver, isolamento e colocação no saco cadavérico, sendo que o funeral deve ser feito a curto prazo.
“Tendo em conta a alta taxa de contágio, são admitidos apenas nove pessoas da família que têm que ser escolhidas pela própria família. Manter-se o distanciamento no funeral e a urna deve receber uma nova desinfecção mesmo no enterro”, disse, acrescentando que até os coveiros devem usar material de biossegurança.
Recordou que a população deve entender que o funeral de Covid-19 (de um morto por Covid-19) não é simples, por isso as medidas de biossegurança são necessárias para se evitar exposição ao vírus.
Ao destacar a importância de se ter decretado a cerca sanitária de Luanda, explicou que essa medida evitou a dessiminação, em grande escala, de casos da doença pelo país, não obstante alguns casos de violação que levaram a pandemia em 15 das 18 províncias do país.
“Podíamos estar num cenário pior, se não tivéssemos a cerca de Luanda. Vamos tendo alguns casos, por furarem a cerca. Com excepção de dois casos de Cabinda, que um veio do Congo e outro da RDC”, afirmou.
Aconselhou que não se deve baixar a guarda, antes, se deve manter as medidas de prevenção colectiva e individual, apesar de não se atingir os números anunciados, porém, destacou que o país continua em fase crescente de casos.
Manifestou-se satisfeita pelo facto da maioria das pessoas estar a cumprir com as medidas de prevenção, embora alguns o façam incorrectamente.
Angola soma 2.654 casos confirmados de Covid-19, com 108 óbitos, 1.071 doentes recuperados e 1.475 hospitalizados.
Dos casos activos, um está em estado crítico com ventilação mecânica invasiva, 23 graves, 36 moderados, 48 com sintomas leves e 1.346 assintomáticos.

