Quinta-feira, 25 de Dezembro, 2025

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Benguela prevê vacinar mais de 400 mil crianças contra poliomielite

A província de Benguela vai vacinar 419 mil e 419 crianças dos zero aos cinco anos de idade contra a poliomielite, de 04 a 06 de Setembro corrente, informou hoje, terça-feira, nesta cidade, o supervisor provincial de saúde pública, Américo Máquina.

Segundo o especialista em saúde pública, que falava à Angop, no mesmo período serão ainda vacinadas 373 mil e 645 outras crianças dos nove meses aos cinco anos de idade contra o sarampo e rubéola nos municípios do Cubal, Catumbela e Caimbambo, onde ainda existem casos activos dessas doenças.

Para reforço da capacidade imunitária dos pequenos, disse, o ministério da Saúde decidiu administrar a vacina “pólio oral bivalente” com a inclusão da vitamina A, bem como a pólio injectável.

Apesar de as vacinas terem, na prática, quase a mesma acção, a pólio injectável é mais recomendável para crianças que nunca foram vacinadas na vida, sendo administrada dos dois meses até menos de cinco anos de idade.

No caso específico da cidade de Benguela, lembrou que esta já realizou a campanha de bloqueio, por isso, desta vez, deverá ficar-se pela pólio oral e a administração da vitamina A.

Apelou os encarregados de educação a levarem os cartões de vacina das crianças durante a campanha, para um melhor controlo daquelas que já apanharam a vacina injectável contra pólio.

Para a próxima campanha, que vai decorrer nos 10 municípios, estão preparados 1.358 elementos, entre enfermeiros e voluntários que vão trabalhar nos postos fixos, a fim de assegurarem a vacinação.

Por outro lado, Américo Máquina disse que as medidas de biossegurança contra a pandemia da Covid-19 estarão acauteladas nos postos fixos de vacinação.

Explicou que o país está livre da poliomielite selvagem, mas ainda regista casos de outras estirpes da doença.

A poliomielite selvagem foi considerada recentemente erradicada do continente africano, quatro anos depois do registo dos últimos casos, no Nordeste da Nigéria. A informação foi confirmada pelo Secretário de Estado para a Saúde Pública, depois de ter participado na 70ª sessão do Comité Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África.

Franco Mufinda esclareceu que Angola teve, nos últimos oito meses, três casos circulantes do vírus, devido à baixa cobertura da vacina, mas o país não tem registo de pólio selvagem, desde Março de 2011. 

A OMS, no seu comunicado final, depois da reunião em vídeoconferência, considerou que a erradicação da poliomielite selvagem é graças aos esforços mobilizados pelos governos, profissionais de saúde e comunidades, onde mais de 1,8 milhão de crianças foram salvas da doença.

A poliomielite é provocada pelo “poliovírus selvagem” (PVS). É uma doença infecciosa aguda e contagiosa, que afecta principalmente as crianças. Ela ataca a medula espinhal e é capaz de provocar uma paralisia irreversível. A doença era endémica em todo o planeta até o desenvolvimento de uma vacina nos anos 50 do século passado.

Os países mais ricos tiveram acesso ao medicamento rapidamente, mas a Ásia e África continuaram durante muitos anos como focos infecciosos. No Brasil, o último caso foi registado em 1989. Em 1988, a OMS contabilizava 350.000 casos em todo o mundo e, oito anos depois, mais de 70.000, apenas em África.

Graças a uma campanha colectiva e grandes esforços financeiros, somente dois países do mundo apresentam, actualmente, contágios do “poliovírus selvagem”, nomeadamente o Afeganistão, com 29 casos, em 2020, e o Paquistão, com 58. A Nigéria também integrava a lista, no início de 2000, e era considerada um epicentro da doença.

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