O Governo chinês acusou hoje Washington de violar a lei internacional ao impor sanções a autoridades e empresas envolvidas na construção de ilhas artificiais no Mar do Sul da China, cuja soberania é reivindicada por Pequim.
Washington rejeita as reivindicações territoriais chinesas no Mar do Sul da China – um de vários pontos de tensão nas relações entre as duas maiores economias do mundo.
Em julho passado, o Governo de Donald Trump elevou a disputa para um novo nível ao declarar ilegítimas quase todas as reivindicações marítimas da China, numa declaração que favorece as Filipinas, Vietname, Taiwan e Brunei.
“As ações dos EUA interferem grosseiramente nos assuntos internos da China, violam o direito internacional e as normas internacionais relevantes”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian.
O Departamento de Comércio anunciou na quarta-feira sanções contra um número não especificado de funcionários chineses e 24 empresas, devido ao seu papel na construção de ilhas artificiais que avançam com a estratégia de Pequim no Mar do Sul.
As empresas foram adicionadas a uma “lista de entidades” que têm acesso limitado às exportações norte-americanas.
“A China tomará medidas firmes para salvaguardar resolutamente os direitos e interesses legítimos das suas empresas e cidadãos”, disse Zhao.
As autoridades chinesas fizeram comentários semelhantes em disputas anteriores, embora muitas vezes não sejam seguidas por nenhuma ação oficial.
O Departamento de Comércio disse que as empresas foram visadas pelo seu papel na construção de ilhas artificiais, por meio de operações de dragagem e outras atividades que causaram danos ambientais e infringiram as reivindicações de outras nações.
“A construção relevante que a China realizou no seu próprio território insere-se inteiramente na sua soberania e não tem nada a ver com militarização”, disse Zhao.
“Não há razão para os EUA imporem sanções ilegais a empresas e indivíduos chineses por causa da sua participação em construções domésticas relevantes”, acusou.