O Presidente da República, João Lourenço, repudiou hoje a forma de forçar a alternância de poder no Mali, depois de o Presidente maliano ter sido afastado por militares e manifestou “total solidariedade” ao povo daquele país.
“Independentemente das razões na base das quais o Presidente eleito foi deposto, repudiamos e desencorajamos esta forma de forçar a alternância do poder”, escreveu João Lourenço na plataforma Twitter.
O chefe de Estado angolano apelou ainda a África que siga o exemplo da América Latina “que conseguiu ultrapassar com sucesso o trágico período dos sucessivos golpes dos anos 70” do século passado.
O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, anunciou a demissão hoje de madrugada, horas depois de ter sido afastado do poder num golpe liderado por militares, após meses de protestos e agitação social.
A ação dos militares já foi condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU), União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e União Europeia (UE).
João Lourenço defendeu também o envolvimento direto da União Africana para que se encontrem os melhores caminhos para a saída da crise.
“Neste momento crítico para o Mali, nossa total solidariedade para com o povo maliano”, acrescentou.
Antigo primeiro-ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito chefe de Estado em 2013, e renovou o mandato de cinco anos em 2018.