Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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FMI adia discussão de reforço de empréstimo a Angola até à “segunda metade” de agosto

O conselho executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) adiou uma reunião para discussão de um reforço de 740 milhões de dólares (637 milhões de euros) do empréstimo a Angola até à “segunda metade” do mês, noticia a Bloomberg.

Segundo um artigo publicado na noite de quinta-feira, que cita um porta-voz do fundo sediado em Washington, a reunião, que estava marcada para esse dia, terá lugar assim que o conselho executivo regressar das suas férias, na segunda metade de agosto.

A Bloomberg acrescenta que este intervalo vai permitir ao conselho executivo do FMI “permitir mais tempo para trabalhar com as autoridades” de Angola.

Num relatório do FMI citado no dia 24 pelo semanário Expansão, o executivo angolano solicitou este acrescento de 740 milhões de euros ao financiamento de 3.700 milhões de dólares (3.180 milhões de euros, ao câmbio atual) já acordado no programa de financiamento ampliado, assim como uma moratória no pagamento da dívida deste ano.

A reunião prevista para quinta-feira — que acabou por ser adiada –, pretendia avaliar o relatório sobre a terceira avaliação ao cumprimento do programa.

O Expansão refere que o pedido “é justificado com o facto de o choque externo provocado pelo novo coronavírus e com a queda do petróleo” terem provocado “uma quebra substancial na receita” angolana, forçando o país a obter financiamentos adicionais face ao inicialmente projetado.

Durante esta semana, o secretário de Estado das Finanças de Angola, Osvaldo João, apontou que o país tem “uma folga” de cerca de 800 milhões de dólares (680 milhões de euros, ao câmbio atual) no plano do FMI.

“Durante a aprovação do programa, em 2018, nós apenas obtivemos o financiamento de 3,7 mil milhões de dólares [3,15 mil milhões de euros, ao câmbio atual]. Isso significa que os desembolsos que estavam a ser feitos até à segunda avaliação, tiveram em conta um plafond total de 3,7 mil milhões de dólares, o que significa que nós temos uma folga de cerca de 800 milhões de dólares a que nós podemos aceder sempre que quisermos”, disse Osvaldo João, durante um almoço-conferência realizado no dia 27 de julho.

O OGE 2020 revisto, estimado em 13,4 biliões de kwanzas (20,3 mil milhões de euros), prevê um défice de 4% aos 15 biliões de kwanzas (22,6 mil milhões de euros) da anterior proposta e com um preço médio do barril de petróleo de 33 dólares (30 euros).

A primeira versão tinha sido elaborada com base no preço médio do barril de petróleo de 55 dólares, uma produção média diária de um 1.436.900 barris e uma taxa de inflação de 25 por cento.

Devido à pandemia de covid-19, verificou-se uma redução do preço do barril de petróleo, o que levou a que os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros reduzissem a produção, de modo a equilibrarem o preço do barril de petróleo.

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