Uma manada de 15 elefantes voltou a instalar pânico, sexta-feira, no seio da população da comuna de Quiluanje, no Golungo Alto (Cuanza Norte), onde destruíram vários campos agrícolas e atacaram mortalmente um camponês.
O facto ocorreu em três aldeias da comuna de Quiluanje, onde os elefantes chegaram junto às zonas habitadas, destruíram as culturas de banana, palmar, mandioca, milho e inhame.
O produtor da aldeia de “Muene Mbala” Luís José disse que viu outro aldeão a ser atacado por um elefante e atingido mortalmente com a ponta do marfim, na zona do abdómen, quando tentava afugentá-lo.
“Fomos à lavra e encontramos uma elefanta que acabava de parir uma cria, tentamos afugentar o animal com recurso ao barulho de uma lata e o animal atacou um dos membros do grupo, tendo perfurado o abdómen”, explicou.
Por seu turno, o camponês Mura Domingos referiu que a situação na zona é dramática, onde os elefantes chegam ao ponto de destruir as residências para aceder a banana madura guardada pelos produtores, uma realidade que tem obrigado os aldeões a abandonar as habitações e os campos de cultivo.
A administradora comunal da Cerca, Donana da Silva, disse que a situação é frequente nos bairros do Zongue, 86 e da Quibila, onde as várias técnicas usadas para afugentar os elefantes, como uso de instrumentos sonoros e queima de pneus, têm estado a se tornar infrutíferas.
Já o director da Agricultura no município do Golungo Alto, Pedro Feijó, disse que em parceria com o Ministério do Ambiente está em curso um projecto de instalação de colmeias para afugentar os elefantes.
As comunas da Cerca e do Cambondo, no município do Golungo-Alto, são apontadas como zonas mais visadas pela invasão de manadas de elefantes nos últimos cinco anos, com mortes de cidadãos atacados pelos animais e sérios prejuízos na produção dos camponeses.