As Forças de Defesa e Segurança anunciaram hoje que abateram cinco guerrilheiros da autoproclamada Junta Militar da Renamo durante uma operação de perseguição ao grupo numa base em Dombe, Manica, centro de Moçambique.
Na operação, que surge em resposta a sequência de assaltos a postos de saúde e estaleiros de empresas na região, as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas apreenderam três armas Ak-47 e sete carregadores, disse Mário Arnaça, porta-voz do comando provincial da polícia de Manica, em conferência de imprensa.
“Para responder as movimentações dos homens armados da Junta Militar da Renamo em Dombe, as Forças de Defesa e Segurança redimensionaram os seus planos operativos e houve aumento de patrulha que culminou com o combate com aquela força”, disse Mário Arnaça.
O combate, prosseguiu Mário Arnaça, registou-se na segunda-feira, tendo as ações operativas das forças governamentais se prolongado até esta quinta-feira, com perseguições que visavam desmantelar esconderijos do grupo nas matas de Dombe, onde, segundo as autoridades, são coordenados os ataques a viaturas na Estrada Nacional Número 1 pelos dissidentes da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
A polícia atribuiu novamente à autoproclamada Junta Militar da Renamo o ataque, na última semana, ao centro de saúde de Chipindaumue e o roubo de medicamentos e material médico-cirúrgico na zona, com um histórico de incursões e ataques de homens armados.
As autoridades responsabilizam também a autoproclamada Junta Militar da Renamo pelo saque e incêndio, no final de junho, de um estaleiro da empresa Mozbife, de capitais britânicos, em Dombe, depois de terem responsabilizado ao grupo pela decapitação, em abril, de um cidadão de nacionalidade vietnamita.
O porta-voz disse que as forças de defesa e segurança vão continuar com ações operativas naquela região para desativar as possíveis bases do grupo e apelou a população a denunciar novas movimentações de grupos armados na região.
A autoproclamada Junta Militar, liderada por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, contesta a liderança do partido e o acordo de paz assinado em agosto do último ano, sendo acusada de protagonizar ataques que já provocaram a morte de pelo menos 24 pessoas desde agosto de 2019 no centro de Moçambique.