Um juiz concedeu nesta quinta-feira (23) prisão domiciliar ao ex-advogado do presidente americano Donald Trump, Michael Cohen. A justificativa é que as autoridades teriam detido novamente Cohen como punição por escrever um livro sobre Trump. A decisão foi mais uma reviravolta na saga legal envolvendo o advogado.
Cohen, que uma vez afirmou que “levaria um tiro” por Trump, foi condenado a três anos de prisão em dezembro de 2018 por fraude fiscal e por mentir ao Congresso, depois de admitir que subornou duas mulheres que diziam ter dormido com Trump.
O advogado de 53 anos foi solto em 21 de maio como parte dos esforços de contenção da COVID-19 entre os presos. Em 9 de julho, porém, ele foi levado sob custódia por agentes da administração penitenciária, a Federal Bureau of Prisons, após rejeitar as condições de sua prisão domiciliar.
Seus advogados alegaram, com sucesso, que Cohen voltou à prisão como uma retaliação por não ter concordado em desistir de publicar um livro nada lisonjeiro que está escrevendo sobre Trump.
O juiz de Nova York Alvin Hellerstein disse que a condição viola a Primeira Emenda, que protege o direito à liberdade de expressão, inclusive por meio de publicações. Cohen deverá ser libertado na sexta-feira.
Outrora braço direito de Trump, Michael Cohen caiu em desgraça com o presidente, que o apelidou de “rato” depois que seu ex-advogado testemunhou no tribunal federal e no Congresso.
Cohen admitiu uma série de crimes, incluindo a violação das leis de financiamento de campanhas, ao fazer pagamentos antes das eleições de 2016 a uma estrela pornô e a uma ex-modelo da Playboy, que dizem ter tido casos com o presidente. Trump nega as acusações.