O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou como “falsas e inaceitáveis” as afirmações atribuídas pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmando que a agência da ONU foi “comprada” pela China.
“Essas declarações são falsas, inaceitáveis e sem o menor fundamento”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertando mais uma vez contra toda a “politização” da pandemia de coronavírus.
De acordo com publicações dos jornais Times e Daily Telegraph, o chanceler americano atacou violentamente a OMS na terça-feira durante uma reunião a portas fechadas com parlamentares britânicos em Londres.
Segundo as fontes, Pompeo chamou a organização de “política” e acusou Tedros de ter sido “comprado pelo governo chinês”, ao que deve sua eleição como diretor-geral da OMS.
O secretário de Estado americano inclusive responsabilizou “mortes britânicas” por COVID-19 aos fracassos da organização e a essas supostas negociações.
Tomando a palavra depois de Tedros, a especialista da OMS Maria Von Kherkove disse: “enquanto americana, nunca estive tão orgulhosa de ser membro desta organização. Sou testemunha direta do trabalho feito pelo doutor Tedros e nossas equipes em todo o mundo”, afirmou.
Desde o início da pandemia de COVID-19, a organização tem sido frequentemente criticada pelo seu atraso nas respostas. Mas os Estados Unidos a atacaram com mais intensidade, chamando-a de “fantoche da China” e denunciando sua condescendência em relação a Pequim.
Estados Unidos iniciou formalmente em 8 de julho o processo de sua retirada do órgão da ONU, colocando em prática as ameaças de seu presidente, Donald Trump, anunciadas em maio, em meio à pandemia.