Segunda-feira, 9 de Dezembro, 2024

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Inflação em Angola vai continuar a subir e kwanza vai cair 50% este ano – Oxford Economics

A consultora Oxford Economics estimou hoje que a inflação em Angola deverá continuar a subir este ano e que o kwanza vai continuar a desvalorizar-se, caindo mais de 50% face ao dólar este ano.

“Principalmente devido à queda dos preços do petróleo de Angola este ano, quase 70% até final de maio, e à liberalização cambial, o kwanza perdeu cerca de 20% do seu valor desde o princípio do ano; passou ligeiramente a barreira dos 600 kwanzas por dólar em junho, mas recuperou devido à subida dos preços do petróleo nas últimas semanas, mas ainda assim a moeda local continua vulnerável a mudanças no sentimento global e deve depreciar-se por mais de 50% em 2020, quando comparado com o ano passado”, escreve o analista Gerrit van Rooyen.

Numa nota sobre a inflação em Angola, que atingiu em junho o valor mais elevado desde janeiro de 2018, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics antecipa que “a depreciação vai continuar a colocar uma pressão ascendente nos preços dos consumidores, devido à forte dependência dos bens importados”.

Para além disso, conclui o analista, “a implementação dos 14% de IVA, bem como o aumento dos preços das propinas universitárias, vai continuar a colocar pressão sobre a inflação”.

Os preços em Angola aumentaram 1,74% entre maio e junho, segundo um relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, divulgado na segunda-feira, valor que coloca a inflação acumulada a 12 meses no valor mais alto desde janeiro de 2018.

Segundo a Folha de Informação Rápida do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), a variação nos últimos 12 meses — entre julho de 2019 e junho deste ano — situa-se nos 22,62%, o maior valor acumulado desde janeiro de 2018, quando este indicador alcançou os 22,72%.

No início de maio, a consultora Oxford Economics anunciou que a economia de Angola vai ter um crescimento negativo de 2,8% este ano devido não só à pandemia, mas também à queda dos preços do petróleo desde março.

Na terça-feira, o parlamento angolano votou, na generalidade, a proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2020 revisto, estimado em 13,5 biliões de kwanzas (20,3 mil milhões de euros).

A proposta do OGE 2020 revisto prevê um défice de 4% aos 15 biliões de kwanzas (22,6 mil milhões de euros) da anterior proposta e com um preço médio do barril de petróleo de 33 dólares (30 euros).

A primeira versão tinha sido elaborada com base no preço médio do barril de petróleo de 55 dólares, uma produção média diária de um 1.436.900 barris e uma taxa de inflação de 25 por cento.

Devido à pandemia de covid-19 verificou-se uma redução do preço do barril de petróleo, o que levou a que os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros reduzissem a produção, de modo a equilibrarem o preço do barril de petróleo.

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