O governo zambiano mandou fechar um restaurante chinês, na capital Lusaca, por discriminar contra os cidadãos locais, noticiou a BBC.
No sábado, dia 10 de maio, um cidadão zambiano que prefere o anonimato, foi interditado de entrar num restaurante chinês, no seu próprio país, por alegadamente ser estrangeiro.
Segundo relata o mesmo no vídeo divulgado abaixo (em inglês), dirigiu-se a um restaurante chinês acompanhado da sua esposa, uma cidadã chinesa, quando iam entrando alguém gritou na sua direção que não é permitido a entrada de estrangeiro.
“Em frente de nós estavam dois chineses, eles entraram e logo a seguir, íamos nós. Logo assim que entro no restaurante uma senhora que estava por trás do balcão começou a gritar na minha direção em chinês. Eu olhei para ela, mas como na percebia o que ela dizia continuei a andar, ela voltou a gritar para mim em chinês, eu olhei para trás para a minha mulher, ela estava parada, perguntei o que a senhora estava a dizer… foi então que ela traduziu, dizendo que estrangeiros não eram permitidos no restaurante”, relatou o homem.
“Surpreso questionei como é eles sabiam que a minha mulher não era zambiana, foi então que a minha mulher disse “você é quem não é permitido no restaurante”, contou.
“Ali fiquei confuso… Ah! Sou eu o estrangeiro nesta situação”, questionou.
“A minha mulher perguntou a senhora do balcão o que é ela quis dizer com aquilo? A senhora do balcão respondeu: os chineses podem entrar, mas ele tem de esperar lá fora”, relatou o homem.
A mulher do zambiano classificou o ato como sendo “ridículo”.
“Como é que eles podem dizer que um estrangeiro não pode entrar no restaurante quando eles estão num país estrangeiro, é ridículo”, disse ela.
Devido a este incidente, as autoridades da Zâmbia ordenaram o encerramento do restaurante.
“O prefeito de Lusaca, Miles Sampa, também acusou o restaurante de vender produtos rotulados em chinês e não em inglês, conforme prescrito por lei” reportou a BBC.
“O Apartheid terminou há muito tempo em Lusaca, depois que a Zâmbia conquistou a independência em 1964”, disse o prefeito citado pela BBC.