O Projecto Agrícola Integrado e Regional da Quiminha, situado no município de Icolo e Bengo, cancelou, por enquanto, o plano de exportação de banana e batata para Europa, previsto para este ano, devido à pandemia da Covid-19 e da não certificação ainda dos produtos, anunciou hoje o seu director-geral adjunto, Pedro Silveira.
O projecto previa exportar, numa primeira fase, oito mil toneladas de batata e banana/ano, quantidade que sofrerá alteração de acordo com a demanda e necessidades do mercado europeu.
Em entrevista à Angop, o director -geral adjunto, Pedro Silveira, explicou o arranque do processo de exportação poderia começar este ano, tão logo o expediente burocrático estivesse alinhavado, mas a nova realidade pandémica mundial do Coronavirus obrigou a adiar e sem data prevista de reatamento do projecto.
Internamente, a empresa criou quase todas as condições necessárias para a materialização do projecto e tão logo se verifique uma estabilidade da saúde pública, darão início às exportações da banana e da batata.
Segundo Pedro Silveira, a ideia é exportar, ainda este ano, por via aérea, as primeiras quantidades de batata-doce e banana produzidas localmente, desde que a situação do Covid19 esteja controlada.
Considerado o maior projecto agrícola de Angola, o Pólo Agrícola da Quiminha é alimentado pelo maior centro de bombagem de água do país, que recorre ao rio Bengo para debitar nove mil metros cúbicos por hora.
Criado em 2012 pelo Governo angolano, o projecto integra um centro logístico que garante a conservação e o processo de escoamento de toda a produção, incluindo dos pequenos produtores instalados na Quiminha.
Conta com uma área de cultivo de cinco mil hectares infra-estruturados, onde já trabalham 600 pessoas na produção de 35 mil toneladas/anos de frutas, legumes, cereais, oleaginosa, vegetais, raízes e tubérculos.
Desde a sua constituição, o Estado angolano já investiu mais de 146 milhões de euros na infraestruturação do Pólo Agrícola da Quiminha e entregou a concessão da operação e gestão do projecto, por sete anos, contados a partir de 2016, à empresa Agroquiminha.
O projecto conta com o suporte técnico de um grupo israelita, que entrou como parceiro tecnológico.
Além do “know how” que está a aplicar, o grupo privado garante a gestão e entrega os dividendos ao Estado angolano, tendo já investido 10 milhões de dólares (oito milhões de euros) numa fábrica de ração e num centro logístico.
A par da fruta, hortícolas diversas, raízes e tubérculos, Quiminha também apostou no segmento de criação de aves poedeiras e tem uma produção anual de 24 milhões de ovos.