O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República reafirmou hoje, em Luanda, que nada deverá justificar excessos cometidos por polícias contra cidadãos na aplicação das medidas do estado de emergência.
Pedro Sebastião falava hoje na Assembleia Nacional de Angola, que aprovou, por unanimidade, o terceiro pedido do Presidente angolano, João Lourenço, de prorrogação do estado de emergência, decretado pela primeira vez a 27 de março passado.
Nas suas intervenções, os deputados manifestaram preocupação com a atuação da polícia, nomeadamente o líder da bancada parlamentar da Convergência Ampla de Salvação de Angola — Coligação Eleitoral (CASA-CE), Alexandre Sebastião, que alertou que o excesso por parte das forças de defesa e segurança não pode fazer mais vítimas que o novo coronavírus.
O auxiliar do chefe de Estado angolano frisou que o Governo tem recebido chamadas de atenção “para a atitude, por vezes, de alguns elementos da Polícia Nacional, que, agindo à margem daquilo que está orientado, cria algum desconforto aos cidadãos e até mesmo, em alguns casos, à sociedade”.
“Em sede própria, o ministro do Interior referiu-se a isso e agiu em conformidade, e por isso estamos aqui para também reafirmar esse aspeto, de que nada, mas nada, deverá justificar a utilização desproporcional dos meios que possuímos, no que concerne à ordem e à tranquilidade das populações”.
Pedro Sebastião, igualmente o coordenador da Comissão Multissetorial de Prevenção e Combate à covid-19, enalteceu todo o percurso feito pelo país desde “aqueles primeiros dias de alguma incerteza”, até hoje, acrescentando que é consensual entre a população a necessidade de acatamento das orientações das autoridades.
“Daqueles primeiros dias, em que não sabíamos muito bem como abordar algumas questões, para hoje [verificamos] o quão gratificante é que os cidadãos, de uma forma geral, compreendem a necessidade de usar a máscara, de lavar as mãos, de ficar em casa”, sublinhou, indicando que “foi longo o caminho percorrido”.
Angola regista até à presente data 36 casos positivos de covid-19, dos quais dois resultaram em mortes e 11 pessoas se recuperaram.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de convid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.