Quinta-feira, 12 de Dezembro, 2024

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Consultora considera eleições presidenciais nos EUA principal risco geopolítico em 2024

As eleições presidenciais norte-americanas são o maior dos principais riscos geopolíticos em 2024, classificou a consultora Eurasia num relatório publicado hoje, no qual explora as consequências da vitória de Donald Trump ou de Joe Biden.

Consultora considera eleições presidenciais nos EUA principal risco geopolítico em 2024

“Embora as forças armadas e a economia dos Estados Unidos continuem a ser excecionalmente fortes, o sistema político americano é mais disfuncional do que o de qualquer outra democracia industrial avançada. Em 2024, o problema vai agravar-se muito mais”, refere. 

Segundo os autores, o fundador do Eurasia Group, Ian Bremmer, e o presidente, Cliff Kupchan, “as eleições presidenciais irão aprofundar a divisão política do país, pondo à prova a democracia americana”.

“A perspetiva de uma vitória de Trump vai enfraquecer a posição dos Estados Unidos no plano mundial”, antecipam, prevendo um enfraquecimento no apoio à Ucrânia, uso de instituições para perseguir adversários políticos, mais protecionismo comercial e imprevisibilidade na política de Defesa. 

O relatório considera a vitória dos Democratas pela mão de Joe Biden “improvável”, a qual resultaria numa “crise política sem precedentes” porque será declarada ilegítima e fraudulenta pelos Republicanos.

Bremmer resumiu as eleições como “um confronto entre líderes que consideram o outro o principal adversário que representa uma ameaça existencial”. 

“Biden vê Trump como uma ameaça existencial à democracia, Trump vê Biden como uma ameaça existencial a si próprio. E na perspetiva de Trump, isso é mais importante do que a democracia”, afirmou hoje durante uma apresentação do relatório.

A Eurasia produz anualmente um relatório sobre os principais riscos geopolíticos mundiais para orientar governos, empresas e instituições a responderem às respetivas oportunidades e desafios.

Outros dos principais perigos nomeados incluem a crise no Médio Oriente, a guerra na Ucrânia dividida, o avanço da Inteligência Artificial, o reforço da aliança entre Rússia, Coreia do Norte e Irão e a demora na recuperação económica na China. 

O crescente apoio aos partidos de extrema-direita e populistas na União Europeia (UE) é também destacado no relatório, que receiam que “consenso centrista que definiu a ordem europeia do pós-guerra possa vir a ser quebrado em 2024”.

“Os efeitos adversos da economia, as pressões migratórias, um certo cansaço da guerra na Ucrânia e a desacordo no seio da UE fazem temer uma vitória dos populistas nas eleições para o Parlamento Europeu em junho”, indica o relatório. 

Apesar de admitir problemas em diferentes países individualmente, os analistas da Eurasia duvidam que eurocéticos e populistas conquistem uma maioria no Parlamento europeu. 

Lusa

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