O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, defendeu, esta terça-feira, a contínua aposta da classe empresarial em técnicas agrícolas modernas, com vista a alavancar a produção interna e reduzir as importações.

O governante fez estas declarações no município do Luquembo, durante uma visita à fazenda Marsiris, dedicada à produção de arroz, tendo referido ser este o caminho a seguir para se “travar” a importação de vários produtos da cesta básica, gerar mais postos de trabalho e promover o desenvolvimento sócio-económico do país.
Manuel Nunes Júnior mostrou-se surpreendido com o facto de a fazenda conseguir produzir, em menos de seis meses, quatro mil toneladas de arroz numa área de 600 hectares, pelo que encorajou outros investidores a apostar neste segmento, com vista o alcance dos objectivos do Plano de Fomento à Produção de Grãos (PLANAGRÃO).
“Se tivermos outras empresas a produzir na mesma dimensão, os objectivos do PLANAGRÃO poderão ser alcançados”, sustentou, caracterizando a Marsiris como um exemplo do que as empresas do sector podem fazer para produção em grande escala.
Por sua vez, o ministro da Agricultura e Pescas, António de Assis, enalteceu o engajamento da fazenda na produção de arroz, bem como na garantia de oportunidades de trabalho aos jovens locais. Garantiu o apoio institucional do Ministério, para que o projecto possa continuar a expandir a sua actividade.
Para o ministro da Indústria e Comércio, Víctor Fernandes, projectos como o da Marsiris contribuem para a diversificação e o fortalecimento da economia nacional.
Entretanto, o governador provincial de Malanje, Marcos Nhunga, reiterou o potencial da província em termos agrícolas e fez saber que, para além de arroz, a região está empenhada na produção de milho e soja, podendo por isso participar de forma activa no Plano de Fomento à Produção de Grãos.
Já a sócia-gerente da Marsiris, Sónia Morais, fez saber que o projecto, que trabalha com fundos próprios, prevê também a formação de famílias sobre novas técnicas de produção e entrega de sementes melhoradas de arroz, de modo a ter maiores rendimentos por hectare, cuja produção será adquirida pela fazenda.
Estimou, para a campanha agrícola 2023/2024, o alargamento da área de cultivo para cinco mil hectares e nos próximos 10 anos atingir os 10 mil, contando para tal com o apoio do Executivo, a fim de transformar o Luquembo num município estratégico no que a produção de arroz diz respeito.
Com 200 trabalhadores, a fazenda Marsiris já investiu acima de cinco milhões de dólares norte-americanos e conta com a parceria de uma das maiores empresas especializadas na produção de arroz do mundo.
A visita do ministro de Estado para a Coordenação Económica marcou o fim da colheita de arroz no pojecto, iniciada a 21 de Abril.