Os custos para a contratação de médicos especialistas cubanos para assistência médica em Angola ascendem a 71,3 milhões de euros, segundo um despacho presidencial que autoriza a realização da despesa.
A contratação dos especialistas cubanos visa assegurar assistência médica às populações e formar profissionais nacionais, mas o diploma não faz referência ao combate à covid-19.
Num despacho presidencial, de 29 de maio, João Lourenço delegou na ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, competência para praticar todos os atos decisórios e de aprovação tutelar, incluindo a aprovação das peças do procedimento até à celebração do contrato.
Os recursos necessários à implementação do contrato devem ser assegurados pela ministra das Finanças.
Em abril passado, a ministra da Saúde anunciou a chegada ao país de 244 médicos cubanos, para apoiar no combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus, que estão a ser distribuídos por todo país.
A contratação de médicos cubanos para Angola levantou polémica entre a classe médica local, liderada sobretudo pelo Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (Sinmea), que já manifestou o seu descontentamento com a questão.
Em comunicado, o Sinmea considera desvalorizada a classe médica angolana numa comparação ao salário de 5.000 dólares (4.563 euros) atribuído aos seus colegas cubanos, segundo informação prestada pela ministra da Saúde, numa conferência de imprensa.
Angola conta atualmente com 86 casos diagnosticados de covid-19, dos quais quatro resultaram em mortes, e não teve novos casos nas últimas 24 horas.
Em África, há 4.228 mortos confirmados em mais de 147 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Bissau lidera em número de infeções (1.339 casos e oito mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), São Tomé e Príncipe (479 casos e 12 mortos), Cabo Verde (457 casos e quatro mortes), Moçambique (254 casos e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 372 mil mortos e infetou mais de 6,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.