Um dos negociadores russos nas reuniões com Kiev disse hoje que os territórios ucranianos conquistados militarmente pela Rússia vão poder realizar referendos, já em julho, tendo em vista a sua anexação.
“Não quero fazer previsões (…), mas acredito que os territórios libertados farão um referendo mais ou menos ao mesmo tempo, o que é lógico”, declarou Leonid Sloutski, presidente do comité de Relações Externas da Câmara Baixa do parlamento russo (Duma), citado pela agência Ria Novosti.
“Conto com que isso possa acontecer em julho”, acrescentou o deputado, que integra a delegação russa às negociações de paz com a Ucrânia, paralisadas há semanas.
A Rússia considera “territórios libertados” as regiões ucranianas que têm sido ocupadas em colaboração com os movimentos separatistas: as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, cuja independência Moscovo reconheceu, e as regiões de Kherson e Zaporijia, parcialmente conquistadas desde o final de fevereiro.
Desde a sua ocupação, as administrações sob controlo de Moscovo introduziram o rublo russo como moeda e estão a conceder nacionalidade russa aos seus habitantes e a instalar redes de comunicação russas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, insistiu recentemente que os habitantes desses territórios “devem poder escolher o seu futuro”, mostrando-se confiante de que irão escolher a sua autonomia e independência face a Kiev.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já matou mais de quatro mil civis e causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas, mais de 6,8 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Lusa