Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Pandemia empurrou Angola para a maior quebra de exportações de petróleo desde 2008 — analista

O analista da consultora EY Carlos Basto disse que a pandemia levou o setor petrolífero em Angola para a maior quebra de exportações desde 2008 (958 mil barris/dia), mas considerou que os próximos anos deverão trazer novas oportunidades.

Carlos Basto, Office Managing Partner da consultora EY, que falava hoje na conferência Luanda Oil&Gas and Renewable Energy, salientou que a nível global os impactos da pandemia no setor petrolífero traduziram-se numa quebra de 9,3% da procura de petróleo e 2,3% na de gás natural.

No entanto, nas últimas semanas a forte subida dos preços do petróleo e gás demonstram a dependência do mundo ainda dos combustíveis fosseis face à retoma da economia global.

Em Angola, prevê-se uma quebra de exportações para o nível mais baixo desde 2008, mas tal como noutros países produtores “os próximos anos vão ser de reposição de capacidade e exploração de novas oportunidades”.

Carlos Basto salientou que a estratégia do executivo angolano passa por atração de mais investidores, quer para áreas livres quer para novas regiões de exploração e acrescentou que a oferta permanente de blocos e a forma como a reestruturação do setor te sido conduzida é um sinal positivo para os investidores estrangeiros.

Os investimentos na produção serão complementados por três novas refinarias planeadas para Cabinda Soyo e Lobito “instrumentais para aumentar o valor acrescentado nacional do setor” e dinamizar uma rede de medias empresas em atividades de apoio ao setor petrolífero.

Outros aspetos que considerou críticos para acelerar a capacidade de produção e refinação é a atração de investimento privado e a criação de talento.

Segundo a analise da EY relativa ao terceiro trimestre deste ano há vários sinais de recuperação na indústria petrolífera mundial: Aumento dos preços das ‘commodities’ e dos lucros estão a valorizar ações das empresas do setor; pressões inflacionarias; produtores estão mais focados agora no crescimento da receita do que na manutenção da stockagem.

Por outro lado, com o retorno a níveis normais da procura, empresas posicionam-se para captar financiamento para novos projetos.

Entre as incertezas que pesam sobre o setor, o especialista apontou a transição energética e alterações climáticas, preocupação redobrada com questões ambientais.

Neste âmbito, continuou, muitas empresas do setor petrolífero desenham estratégias para diversificar os seus negócios no campo das energias renováveis, agora com custos mais competitivos.

Lusa

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