O Governo angolano considerou hoje que a missão angolana em Moçambique, composta por um contingente de 20 militares, no âmbito do esforço regional da SADC para a manutenção de paz, “está a cumprir bem o seu papel”.
“A missão angolana está a cumprir bem o seu papel, a primeira etapa foi cumprida bem, fizemos a projeção de forças de vários países para local próximo do teatro das operações e agora está numa fase de restabelecimento da situação na região de Cabo Delgado”, afirmou hoje o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente angolano, Francisco Pereira Furtado.
Em declarações aos jornalistas, quando questionado pela Lusa sobre o contingente angolano em Moçambique, o ministro deu conta que “o posto de comando local está a funcionar devidamente”.
“Esperamos agora para a fase posterior, ou seja, fase de retirada das forças para os seus países de origem. E estamos preparados para cumprir esta missão no âmbito das responsabilidades que Angola tem dentro da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] e a nível do continente”, sublinhou.
Francisco Pereira Furtado falava hoje na sede do parlamento angolano, em Luanda, no final do discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, sobre o estado da Nação durante a abertura do quinto ano parlamentar da quarta legislatura angolana.
Angola participa, desde agosto passado, no esforço regional da missão da SADC para a manutenção de paz em Moçambique com 20 militares, nomeadamente dois oficiais do Mecanismo de Coordenação Regional, oito oficiais no Comando da Força e uma aeronave do tipo IL-76 de Projeção Estratégica com os respetivos tripulantes com 10 militares.
Apoiar a República de Moçambique a combater os atos de terrorismo violento mediante a neutralização da ameaça e a restauração da segurança visando o ambiente seguro, no domínio do reforço da paz e da manutenção da segurança através da implementação de cursos de ação constituem alguns dos objetivos da missão angolana.
A província de Cabo Delgado, rica em gás natural, é aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde julho, a ofensiva das tropas governamentais com apoio externo permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas de Cabo Delgado onde havia rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
Lusa