Um surto de cólera deixou mais de 2.300 mortos na Nigéria desde o início de 2021, principalmente crianças, declarou nesta segunda-feira (20) uma autoridade de Saúde do país.
“Até 5 de setembro de 2021, foram registados 69.925 casos suspeitos no total, com 2.323 mortes”, disse à AFP o porta-voz do Centro de Controle de Doenças da Nigéria (NCDC, na sigla em inglês), Yahya Disu.
Além disso, há relatos de casos em 25 dos 36 estados da Nigéria, e também na capital Abuja. As crianças com entre cinco e 14 anos são as mais atingidas pelo surto, segundo Disu, que acrescentou que os 19 estados do norte do país registam 98% dos casos da doença.
De acordo com o porta-voz do NCDC, as fortes inundações que atingiram o país, aliadas à falta de higiene e às mudanças climáticas, podem ser responsáveis pelo aumento de cólera no país em 2021.
A Nigéria já sofreu num passado recente com outros surtos de cólera, sobretudo nos anos de 1991, 2010, 2014 e 2017. Contudo, a epidemia atual poderia superar as anteriores em número de mortes, segundo as previsões do NCDC, embora haja sinais de redução de casos.
As autoridades reforçaram o envio de profissionais de saúde e medicamentos para as regiões mais atingidas, e também intensificaram as campanhas de sensibilização sobre o saneamento da água e de higiene pessoal.
A cólera é uma doença altamente contagiosa causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Seus principais sintomas são vômitos, diarreia, desidratação e fadiga.
Ela pode ser transmitida através de moscas, quando estas entram em contato com os alimentos. Caso não seja tratada a tempo, a doença pode ser fatal.