A Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, sigla inglesa) está a abrir estradas e a repor tranquilidade em vários distritos de Cabo Delgado, anunciou hoje em comunicado.
“A SAMIM trouxe calma e estabilidade às zonas de Mueda, Macomia e Nangade, levando ao regresso de residentes”, lê-se no documento.
Nangade e Macomia foram distritos cujas sedes chegaram a ser atacadas por grupos rebeldes, enquanto Mueda, terra natal do Presidente moçambicano Filipe Nyusi, nunca chegou a ser atacada, mas é uma zona vizinha às áreas de confronto.
A missão anunciou ainda que “foram abertas estradas”, nomeadamente entre Pemba, capital provincial, e Macomia, polo comercial no centro da província, sendo aquele um troço da única estrada asfaltada que liga o norte e sul de Cabo Delgado.
A SAMIM faz ainda referência à reabertura de estradas entre Mueda e as localidades de Awasse e Nangade, permitindo restabelecer “a confiança pública” após se verificar que “os riscos de ataque são muito baixos devido às patrulhas consistentes das forças da SAMIM e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM)”.
As estradas eram atacadas por insurgentes e a segurança está a permitir o regresso de cidadãos aos seus locais de residência, acrescenta.
O comunicado da SAMIM está alinhado a informação que tem sido divulgada pelas autoridades moçambicanas, pelas tropas do Ruanda, que apoiam os esforços de combate à insurgência armada, e por outros intervenientes no terreno.
Cabo Delgado é uma província rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a SAMIM permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
Lusa