O Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), está a elaborar um mapa de riscos epidemiológico, com dados técnicos e estratégicos sobre a prevenção e material de tratamento de epidemias e pandemias.

Segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, que falava à imprensa à margem do workshop sobre o” Mapeamento de Riscos com impacto na Saúde Pública em Angola”, o documento (mapa) vai identificar os pontos críticos, em que período pode surgir um surto, onde e como agir, bem como antever e evitar que possam surgir.
Conforme o responsável, o workshop vai servir para traçar planos para a criação de algumas políticas que ajudem no acesso a dados do ponto de vista epidemiológico, na quantificação ao nível de laboratórios, identificar as doenças ao longo do ano e saber até que ponto se pode agir e encontrar soluções para as emergências de saúde do país.
Adiantou que o projecto congrega meios humanos e materiais, e conta com a contribuição de vários departamentos ministeriais de avaliação de risco em saúde.
“Há uma ferramenta, denominada Regulamento Sanitário Internacional, que inclui vários sectores, porque a saúde pública significa ter um olhar mais holístico e vai para além do Ministério da Saúde”, disse.
Franco Mufinda considera que, para situações de pandemias e endemias não esperadas, o sistema de saúde tem de se preparar para dar resposta.
“A questão de riscos traz à tona determinantes sociais que envolvem alguns sectores como a pobreza, que não depende da saúde, mas que cruza muita com a malária, a tuberculose e a cólera”, afirmou.
Por sua vez a representante da OMS em Angola, Djamila Cabral, considerou que as emergências de saúde pública em África são um grande problema, daí que a organização desenvolveu a ferramenta “STAR” de avaliação de riscos que ajudará a criar o mapa.
Segundo a responsável, o mapa irá incluir toda informação existente, não só da saúde, mas também de outros sectores para ajudar a planificação em situações de emergência de saúde.
Fez saber que em cada 3 a 4 dias a região africana regista situações de emergência.
Os riscos epidemiológicos, explicou, serão listados em termos de prioridades, os mais perigosos serão seleccionados para uma futura criação e preparação para resposta.
“Como não é possível fazer tudo, a ferramenta oferece um quadro para fazer uma planificação baseada em evidências e prioridade, identificar os mais perigosos e consequentemente as acções a serem feitas pelo Governo e parceiros.”, salientou.
O encontro conta com a participação de 45 técnicos de vários sectores ministeriais, que vão beneficiar de formação nas áreas de Identificação de risco de saúde pública, preparação e elaboração do plano nacional de contingência multirrisco, uso de ferramentas de recolha de dados e tem como formadores peritos da região africana.
Angop