São Tomé e Príncipe registou nas últimas 24 horas mais um óbito por covid-19 e 11 novas infeções, elevando para sete o número de mortes devido ao novo coronavírus e 231 casos positivos acumulados, segundo as autoridades.
De acordo com a porta voz do Ministério da Saúde são-tomense, Isabel Santos, os 11 novos casos de infeção por covid-19 foram diagnosticados através de 20 testes rápidos realizados na segunda-feira.
Fonte governamental disse à Lusa que a mais recente vítima de covid-19 morreu na segunda-feira, tratando-se um homem de 79 anos que “padecia de alguns problemas de saúde”.
Segundo a mesma fonte, o Governo são-tomense quer perceber por que razão a doença tem propagado de forma tão “célere no país”.
“Com o apoio do técnico cubano [que chegou ao país no sábado], estamos a trabalhar na base de dados para percebermos se se trata de uma transmissão comunitária. Se for esse o caso, a nossa postura, em termos de ação, deverá ser outra, temos de mudar de estratégia”, disse a fonte.
Atualmente, o país tem 211 pacientes em isolamento domiciliar que as autoridades sanitárias dizem não ter meios para fazer seguimento diário.
“Você não precisa ir a casa deles. Vamos imaginar se tens 1.000 pessoas infetadas, não há como ir a casa de todas essas pessoas. O que fazemos é telefonar para saber como eles estão, porque não se consegue dar cobertura a mais de 200 pessoas”, disse a fonte, acrescentando que os cidadãos se recusam também a aceitar a presença do pessoal sanitário nas suas residências.
O Ministério da Saúde confronta-se atualmente com “um grave problema, que tem a ver com as pessoas que ainda não acreditam na doença”.
“Muita gente não quer que vamos a sua casa, dizendo que não estão doentes, não acreditam nesta doença, mas os testes estão a dar positivo”, disse a fonte.
Vários médicos e enfermeiros encontram-se infetados pela doença. Entre o pessoal da saúde doente, encontra-se uma médica, em estado grave, que poderá ser transportada ainda esta semana para a Guiné Equatorial, sublinhou a mesma fonte.
Muitos pacientes e mesmo pessoal de saúde não acreditam nos testes rápidos. Na sexta-feira deverá chegar ao país o laboratório adquirido pelo governo são-tomense com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para “testagem e obtenção de resultados fidedignos” no país.
O país tem um hospital de campanha com pelo menos 45 camas, montado pela Organização Mundial de Saúde, mas ainda sem uso devido à “falta de algumas condições básicas”.
De acordo com a mesma fonte, os dois ventiladores oferecidos pela Fundação Jack Ma estão instalados no Hospital Aires de Menezes, na capital são-tomense. mas “ainda não houve necessidade de os utilizar nos pacientes”.
O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.336, com mais de 66 mil infetados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (820 casos e três mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (439 casos e quatro mortos), Cabo Verde (267 casos e duas mortes), São Tomé e Príncipe (231 casos e sete mortos), Moçambique (104 casos) e Angola (45 infetados e dois mortos).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.