O líder do Partido Africano da Independência para a Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, disse hoje que vai manter-se firme no combate em prol da justiça e da verdade no país.
No vídeo semanal com mensagens aos militantes do seu partido, a partir de Portugal, onde se encontra a residir desde março, Simões Pereira comentou a situação política no país e ainda abordou a vida interna do PAIGC.
Nesse particular, disse estar a receber mensagens que apontam para “possíveis atos de traição por parte de dirigentes do PAIGC” à sua pessoa, às quais respondeu, dizendo estar tranquilo.
Sem especificar de quem se trata, Domingos Simões Pereira referia-se a pessoas que teriam passado para o campo do seu adversário, Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-Bissau e vencedor das presidenciais, na sequência de um contencioso eleitoral que o líder do PAIGC afirmou ter terminado.
“Estou a receber informações nesse sentido, mas tenho de dizer que se é verdade que há pessoas, dirigentes, a serem comprados, por causa da traição, então isso significa que nunca estivemos juntos”, observou o presidente do PAIGC.
Rumores nos círculos políticos de Bissau apontam para a existência de um alegado mal-estar entre dirigentes do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas, mas agora na oposição, e o líder, Domingos Simões Pereira.
Segundo fontes que recusam identificar-se, alguns dirigentes estariam em negociações com Sissoco Embaló, que nunca escondeu o seu desejo de ver o PAIGC no Governo por si formado, integrado por vários partidos, e que é liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Nabian.
Sobre aqueles rumores, Domingos Simões Pereira pediu aos militantes do PAIGC “que não vacilem e que se concentrem nos ideais do partido”.
“Só posso dizer aos meus irmãos e camaradas que onde me encontro nada me pode demover a não ser a verdade e a justiça, tenho a certeza de que há muitos guineenses que pensam da mesma maneira”, sublinhou o líder do PAIGC.
Para Domingos Simões Pereira, o momento por que passa a Guiné-Bissau até pode ser de dificuldade, mas é o que vai libertar o país, vincou, para reforçar o seu apelo aos militantes do PAIGC.
“Aqueles que são considerados de grandes dirigentes, mas que estão a ser vulneráveis ao aliciamento, nunca foram grandes, nós é que os confundimos como tal”, disse Simões Pereira.