Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Venezuela condena “sanções criminosas e ilegais” e pede mundo novo e multipolar na ONU

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje, numa mensagem à Organização das Nações Unidas, que as sanções ao país são “criminosas”, “ilegais” e constituem agressões, e pediu um mundo “multipolar” e livre de “ideais imperialistas”.

“Fomos vítimas de múltiplas formas de agressão”, disse hoje o Presidente da Venezuela num vídeo, considerando que o país “ainda está de pé” mesmo depois de sofrer “sanções criminosas e ilegais e medidas coercivas”.

A mensagem, que foi gravada anteriormente, foi passada num vídeo perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, organização que celebra 75 anos, no mesmo dia em que os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram uma série de medidas punitivas contra Nicolás Maduro por, alegadamente, colaboração ilegal com o regime de Irão em fornecimento de armas convencionais.

“Ou construímos um mundo multipolar, onde podemos todos existir, ser respeitados, um mundo de balanço com total respeito pela ONU e lei internacional; ou impomos um mundo hegemónico, dominado por um único [dominador], um mundo unipolar, uma contradição do tempo histórico”, declarou.

Com gestos de poder e punhos fechados, Nicolás Maduro declarou que a Venezuela procura um “novo mundo” e aludiu para as eleições que se vão realizar em 06 de dezembro no país, que vão demonstrar uma “Venezuela aberta ao mundo”, “democrática”, “livre” e “soberana”.

“Este ano, temos eleições (…) e convidamos o secretário-geral da Organização das Nações Unidas a enviar uma comissão técnica para acompanhar o processo eleitoral para um novo parlamento e uma nova Assembleia Nacional, no domingo, 06 de dezembro”, disse o Presidente venezuelano.

Nicolás Maduro pretende um sistema renovado na ONU, que reforce a lei internacional e proteja os povos do mundo: “A Venezuela e a nossa República bolivariana advoga por um mundo multipolar, com renovação do sistema da ONU”.

Segundo o chefe de Estado, o mundo “multipolar” significa um ambiente de diversidade, paz e cooperação e opõe-se ao mundo “unipolar” do imperialismo.

O Presidente afirmou também o “total apoio” à Organização Mundial da Saúde (OMS), que também “teve de suportar ataques e insultos” durante a pandemia de covid-19.

A frase foi mais uma clara referência aos Estados Unidos da América, que se retiraram da OMS, depois de fazer numerosas críticas à transparência e acusações de “dependência da China”, onde foi detetado novo coronavírus.

O Presidente venezuelano lembrou a criação da ONU, há 75 anos, como uma “vitória contra o fascismo e nazismo, expressões capitalistas e da extrema direita, que foram mais horríficas do que as conhecidas pela humanidade”.

“Se o mundo ultrapassou o fascismo, 75 anos atrás, [agora] o mundo pode ultrapassar aqueles que querem impor a sua hegemonia”, declarou Nicolás Maduro, defendendo que a ONU tem de “ultrapassar ideais imperialistas e conquistar o novo fascismo”.

Desta forma, a Venezuela fez apelos “para um mundo novo, sem impérios, sem hegemonia sobre os nossos povos” e concluiu que o “século XXI pertence ao povo”, desejando “vida longa” à Organização das Nações Unidas.

 A Assembleia Geral da ONU inaugura terça-feira o debate geral de uma forma sem precedentes nos 75 anos da organização, em que a totalidade dos discursos de chefes de Estado e de Governo será feita por vídeos previamente gravados.

A semana de alto nível na Assembleia Geral da ONU começou hoje em Nova Iorque, com a presença limitada de pessoas na sede.

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