Os Estados Unidos suspenderam nesta sexta-feira (21) a ajuda militar ao Mali depois que um grupo de militares rebeldes tomou o poder e prendeu o presidente nesse país, situado na África Ocidental.
“Não haverá mais treinamento ou apoio para as forças armadas do Mali. Suspendemos tudo até que a situação seja esclarecida”, informou J. Peter Pham, enviado especial dos EUA para o Sahel.
“Não está claro se as forças (militares) estão envolvidas no motim, ou quem especificamente esteja envolvido no motim, ou onde reside a lealdade”, acrescentou.
Na terça-feira, tropas amotinadas capturaram o presidente eleito, mas impopular, Ibrahim Boubacar Keita, de 75 anos.
Pham afirmou que o governo dos Estados Unidos, preocupado com os ataques de extremistas islâmicos no país, estava em contato com a junta que se autodenomina Comitê Nacional para a Salvação do Povo.
“Esses contatos são operacionais”, ressaltou Pham.
“Não significam reconhecimento, mas sim perceber que essas pessoas têm, até certo ponto, o controle de algumas coisas”, acrescentou.
Pham evitou usar o termo “golpe” e falou sobre uma tomada de poder que “certamente não vai ajudar”, já que os Estados Unidos e outros países trabalham em conjunto com o exército do Mali no combate a Al Qaeda e a grupos ligados ao Estado Islâmico, esses que realizam ataques à região.
Washington fornece supervisão e apoio logístico às tropas francesas que conduzem operações contra extremistas no Mali.
Os Estados Unidos exigem a libertação de Keita, já que “ele é o chefe de Estado legitimamente eleito”, finalizou Pham.