O Presidente da República, João Lourenço, destacou esta quinta-feira, 27, no Soyo, província do Zaire, que a nova fábrica de tratamento de gás representa um marco estratégico para a diversificação energética do país e para a criação de emprego nas comunidades locais. As declarações foram feitas no final da cerimónia inaugural da infra-estrutura, descrita como o primeiro grande resultado das reformas legais e institucionais adoptadas pelo Executivo desde 2018 para atrair investimento ao sector do gás.

Durante a conferência de imprensa, o Chefe de Estado sublinhou que Angola sempre teve forte presença no mercado petrolífero, mas permanecia aquém do seu potencial no segmento do gás, sobretudo do gás não associado. Segundo João Lourenço, a decisão tomada em 2018 de aprovar legislação específica para o sector e, em 2019, a criação do Novo Consórcio de Gás permitiram finalmente desbloquear investimentos e iniciar a exploração de jazidas antes conhecidas, mas não aproveitadas.
“Começámos a produzir e a transformar gás não associado. As jazidas ao longo da costa garantem uma produção maior do que a obtida apenas a partir do gás associado ao petróleo. Os benefícios são promissores para o povo angolano e para a economia nacional”, afirmou o Presidente, frisando que o gás apresenta grande procura internacional, preços competitivos e menor impacto ambiental.
Emprego e Indústria Agrícola Entre os Principais Benefícios
Questionado pela Rede Girassol sobre os efeitos práticos para as populações, João Lourenço destacou o aumento da oferta de emprego, já visível na fase de construção da infra-estrutura.
“Já foi admitido um número considerável de jovens angolanos. Mas vem aí muito mais emprego, porque está prevista a construção de uma unidade de produção de fertilizantes que usará precisamente o gás desta fábrica”, explicou.
A futura produção nacional de fertilizantes é apontada como uma peça essencial para impulsionar a agricultura, reduzindo importações e aumentando a produtividade.
Impacto Directo nas Famílias Angolanas
Para o Jornal de Angola, o Presidente reforçou que os grandes investimentos em curso no sector energético — incluindo projectos de gás e biocombustíveis — deverão traduzir-se numa melhoria real das condições de vida.
“Quem conseguir emprego nestas unidades tem família. E vai melhorar a vida não apenas como indivíduo, mas como família. Sempre que surge uma indústria, estamos a contribuir para a melhoria das condições de vida de centenas ou milhares de famílias angolanas”, afirmou.
A inauguração da fábrica no Soyo marca mais um passo na estratégia do Executivo para ampliar a cadeia de valor do gás, reduzir a dependência do petróleo e promover uma industrialização assente em recursos nacionais.
Palavras-chave: João Lourenço, gás não associado, Soyo, Zaire, Novo Consórcio de Gás, fertilizantes, emprego, energia, economia angolana.

