Segunda-feira, 17 de Novembro, 2025

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PR moçambicano avisa que terrorismo ainda não acabou

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, afirmou hoje que o terrorismo ainda não acabou no país, mas sublinhou que os esforços das Forças de Defesa e Segurança (FDS), por vezes com poucos meios, têm permitido uma “relativa estabilidade”.

PR moçambicano avisa que terrorismo ainda não acabou

“Para que não haja mal-entendidos, queremos clarificar que não estamos a afirmar que já não há terrorismo em Cabo Delgado. Não. Simplesmente estamos a dizer que as nossas Forças Armadas, as FDS no seu todo, estão no terreno a defender o seu povo destes ataques esporádicos que ainda acontecem na província de Cabo Delgado e que provocam a deslocação das nossas populações”, disse o chefe de Estado.

A posição foi transmitida por Daniel Chapo no encerramento dos cursos do ano letivo 2025 do ISEDEF — Instituto Superior de Estudos de Defesa Tenente-General Armando Emílio Guebuza, em Maputo, tendo sublinhando que a atual “relativa estabilidade”, que “faz com que as vilas estejam livres, mas continuem a haver ataques em aldeias à volta dessas vias”, resulta da “coragem e bravura dos heróis jovens das FDS”.

As FDS “combatem de forma tenaz e vitoriosa contra os inimigos do povo moçambicano, algumas vezes sem muitos meios e recursos”, reconheceu Daniel Chapo, assumindo igualmente que Cabo Delgado “ainda se debate com alguns focos de terrorismo”.

“Isto preocupa-nos bastante. Apesar desses focos em alguns distritos, principalmente na zona norte da província de Cabo Delgado, nos últimos tempos temos recebido relatórios de ataques esporádicos e deslocação das nossas populações”, disse o Presidente moçambicano, na cerimónia.

Acrescentou que “esta relativa melhoria do ambiente”, comparando com quando várias vilas da província “estavam completamente ocupadas e neste momento não estão”, contribuiu para a TotalEnergies levantar a cláusula de ‘força maior’, “abrindo o caminho para a retoma do projeto de gás natural”.

Na mesma intervenção, Chapo assumiu que “nos últimos tempos” Moçambique “debate-se com desafios que perigam a ordem e segurança públicas e ameaçam a soberania do Estado”, bem como a sua “independência e a integridade territorial”.

“Desde ações de subversão, manifestações violentas, ilegais e criminosas, sendo que o terrorismo é a face mais visível dos últimos oito anos. É aqui onde queremos chamar o ISEDEF à razão para a sua missão de instituição que deve assessorar e apoiar o Governo por meio de estudos, pesquisas e formações especializadas na formulação de um pensamento estratégico nacional com vista à defesa desta nossa pátria amada, Moçambique”, disse.

Chapo desafiou o ISEDEF “a continuar a reinventar-se na busca de respostas a estes desafios” que “abalam” Moçambique: “Uma das respostas passa por formar e colocar no mercado quadros com habilidades e valências capazes de perceber com antecedência, enfrentar e vencer qualquer tipo de ameaças, tendo como fim último a melhoria de paisagem securitária do nosso país”.

Sublinhou por isso que “a proatividade deve ser a palavra de ordem” na instituição, que “não pode ficar à espera de orientações superiores para fazer estudos sobre determinadas matérias de interesse para a defesa” do Estado.

“E cientes de que os terroristas estão frequentemente a aperfeiçoar e a mudar do seu ‘modus operandi’, queremos orientar o ISEDEF para tudo fazer de modo a estar sempre um passo mais adiantado do que os inimigos do nosso povo. Urge estar permanentemente a estudar e a monitorar as artimanhas dos terroristas com o intuito de assessorar as forças de defesa e de segurança na concessão de melhores estratégias e táticas de combate a este mal no Teatro Operacional Norte”, apelou Chapo.

Um levantamento da organização ACLED, noticiado pela Lusa, estima que Cabo Delgado registou 11 eventos violentos entre 27 de outubro e 09 de novembro, essencialmente envolvendo extremistas ligados ao Estado Islâmico, provocando 10 mortos entre civis.

O mais recente relatório da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, na sigla em inglês), refere que dos 2.251 eventos violentos registados desde outubro de 2017, quando começou a insurgência armada em Cabo Delgado, um total de 2.077 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).

Lusa

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