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João Lourenço defende industrialização como chave para o futuro de África na ONU

Nova Iorque, 25 de Setembro de 2025 — Na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço participou esta quarta-feira num evento paralelo à 80.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, dedicado à aceleração da industrialização de África. O encontro, promovido pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), reuniu dirigentes africanos em diferentes painéis para discutir estratégias que permitam impulsionar o crescimento industrial do continente.

João Lourenço defende industrialização como chave para o futuro de África na ONU

Coube a João Lourenço a abertura do debate, ocasião em que destacou o percurso de Angola e os esforços do Executivo para criar uma base sólida rumo à industrialização. Sublinhou o investimento na produção de energia eléctrica, frisando que o país dispõe de excedente energético, mas mantém a aposta em novos projectos hidroeléctricos ao longo da bacia do Kwanza, reforçando a ambição de se tornar um centro regional de energia.

Durante a sua intervenção, o líder africano recordou a experiência das três décadas anteriores de iniciativas de industrialização do continente, apontando como desafios persistentes a falta de infra-estruturas adequadas, a inovação tecnológica insuficiente e a ausência de cadeias de valor integradas.

João Lourenço enalteceu ainda a importância da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), já ratificada por 49 Estados, destacando o seu potencial para aumentar em até 25% o comércio intra-africano, criar mais oportunidades de exportação e promover a diversificação de serviços e indústrias.

“A industrialização africana não é apenas uma opção estratégica, mas uma condição essencial para assegurar prosperidade, integração regional e soberania económica. O futuro de África, com mais de 1,4 mil milhões de cidadãos, está assegurado com a industrialização do continente”, afirmou.

O Chefe de Estado angolano defendeu também a necessidade de financiamento inovador, através de parcerias público-privadas, fundos de capital de risco e títulos de desenvolvimento sustentável, aliados à capacitação da juventude africana para liderar a revolução digital e energética.

No que respeita a Angola, destacou iniciativas como a criação de Parques Industriais Rurais, programas de substituição de importações, promoção das exportações e o investimento em infra-estruturas estratégicas, como o Corredor do Lobito, que liga o Atlântico ao interior do continente.

João Lourenço aproveitou ainda para anunciar a realização, em Outubro, em Luanda, da Cimeira sobre Financiamento de Infra-estruturas como Factor de Desenvolvimento de África, iniciativa que visa consolidar parcerias regionais e internacionais e alinhar investimentos estratégicos para a transformação estrutural do continente.

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