O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje que Kiev pode recuperar todo o seu território que foi conquistado pela Rússia, posição que representa uma mudança de opinião do governante que admitia cedências territoriais.

“Acho que a Ucrânia, com o apoio da União Europeia (UE), está numa posição de lutar e reconquistar todo o seu território de volta à sua forma original. Com tempo, paciência e com o apoio financeiro da Europa e, em particular, da NATO, as fronteiras originais desde que a guerra começou são uma opção”, escreveu Trump na sua rede social Truth Social, sem especificar se incluía a região da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
A mensagem foi publicada pouco tempo depois de Trump se ter reunido com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa reunião à margem da Assembleia-Geral da ONU, precisamente para discutir o conflito.
No passado, Trump tinha admitido que seria quase impossível que as forças de Kiev recuperassem o seu território, abrindo a porta na altura a cedências de Kiev a Moscovo.
Em abril passado, o governante norte-americano chegou a avisar Zelensky que “podia ter paz ou podia lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro”.
A Rússia, segundo afirmou hoje o líder republicano, tem lutado “sem objetivo numa guerra que uma verdadeira potência militar deveria ter levado menos de uma semana a vencer”, defendendo que este conflito está a fazer com que Moscovo pareça “um tigre de papel”.
Trump foi ainda mais longe e defendeu que a Ucrânia pode, além de recuperar o seu território, avançar sobre a Rússia, quando “as pessoas que vivem em Moscovo, e em todas as grandes cidades, vilas e distritos de toda a Rússia, descobrirem o que realmente se está a passar com esta guerra”.
“O facto de ser quase impossível conseguirem gasolina nas longas filas que se estão a formar, e todas as outras coisas que estão a acontecer na sua economia de guerra, onde a maior parte do seu dinheiro está a ser gasto na luta contra a Ucrânia (…) a Ucrânia seria capaz de recuperar o seu país na sua forma original e, quem sabe, talvez até ir mais longe do que isso!”, acrescentou.
Trump frisou que este “é o momento para a Ucrânia agir” mas, ainda assim, desejou “felicidades a ambos os países”.
“Continuaremos a fornecer armas à NATO para que esta faça o que quiser com elas. Boa sorte para todos!”, adiantou o líder norte-americano.
Estas novas declarações podem ser interpretadas como uma nova abordagem de Trump em relação à guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
O governante já chegou a defender que os Estados Unidos não deviam intervir, que deviam suspender o envio de armas e chegou a acusar Zelensky de desrespeito e de não querer negociar com Moscovo e terminar o conflito.
Lusa