Portugal cumpre esta quinta-feira (4) um dia de luto nacional em memória das 17 vítimas mortais do descarrilamento do Elevador da Glória, ocorrido na tarde de quarta-feira (3) em Lisboa. O acidente, que deixou ainda 21 feridos, abalou o coração turístico da capital e gerou consternação em todo o país.

O bondinho, um dos ícones lisboetas, descarrilou numa ladeira próxima à Avenida da Liberdade e colidiu violentamente contra um edifício. Segundo as autoridades, entre os feridos encontram-se 11 estrangeiros, de nacionalidades como Espanha, Alemanha, França, Itália, Suíça, Canadá, Coreia do Sul, Marrocos e Cabo Verde.
A Proteção Civil confirmou que duas pessoas que estavam em estado grave não resistiram durante a noite, elevando o número de mortos de 15 para 17. A Justiça portuguesa abriu uma investigação para apurar as causas do desastre.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o vagão completamente destruído, cercado por uma nuvem de fumaça, enquanto pedestres assistiam em choque. Testemunhas relataram que o veículo descia a grande velocidade e que aparentava estar sem freios.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou solidariedade às famílias das vítimas e classificou o episódio como uma “dor nacional”. Já o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, falou em “uma tragédia sem precedentes na cidade”. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também enviou condolências.
A Carris, empresa responsável pelos transportes públicos de Lisboa, assegurou que todos os protocolos de manutenção haviam sido cumpridos. O Elevador da Glória passou pela última revisão geral em 2022 e pela manutenção intermediária em 2024, realizadas por uma empresa externa. Apesar disso, os restantes bondinhos da capital foram suspensos para verificações adicionais de segurança.
Construído em 1885 pelo engenheiro franco-português Raoul Mesnier du Ponsard e eletrificado em 1915, o Elevador da Glória é um símbolo da cidade e uma das atrações mais procuradas por turistas. O trágico acidente, no entanto, deixou Lisboa em silêncio e em luto, transformando um dos seus maiores ícones em palco de uma das maiores tragédias recentes da capital portuguesa.