A indústria transformadora alimentar em Angola registou um crescimento a dois dígitos no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram avançados pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, que destacou o peso crescente do setor, já responsável por 33% da indústria transformadora nacional.
Durante um encontro de interação com operadores industriais do setor, o governante sublinhou que a estratégia passa por fortalecer a produção nacional e reduzir a dependência de fatores externos, através da integração das cadeias produtivas e do reforço da segurança alimentar.
“Temos ainda uma grande dependência do exterior, mas também um imenso potencial de inclusão e integração da produção local”, referiu Lima Massano.
Desafios estruturais
Apesar do crescimento expressivo, persistem constrangimentos que impedem a plena utilização da capacidade instalada das unidades industriais. No setor da suinicultura, por exemplo, a peste suína africana e a escassez de ração têm limitado a expansão da produção.
Já no segmento da farinha de trigo, Angola alcançou a autossuficiência, conseguindo abastecer integralmente o mercado nacional. Por outro lado, a produção de arroz, embora em crescimento, continua aquém das necessidades internas, o que obriga o Executivo a adotar “medidas disruptivas” para alcançar a autossuficiência.
Apoio governamental
O Governo assegura que continuará a apoiar o setor através de mecanismos de financiamento público, investimento em infraestruturas e desburocratização de processos administrativos, de forma a garantir maior competitividade e preços justos para o consumidor.
Atualmente, operam no país 143 unidades industriais de bens alimentares de média e grande dimensão, sendo este um dos segmentos mais dinâmicos no quadro da diversificação da economia nacional.
