Os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) implicados no tumulto registado esta quarta-feira na Catedral do Morro Bento, em Luanda, foram já liberados, depois de prestarem declarações numa esquadra policial.
Segundo o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Comando Provincial da Polícia nacional de Luanda, intendente Nestor Biz Goubel, que falava à Rádio Nacional de Angola (RNA), os religiosos foram convidados para se deslocar a esquadra com o intuito de prestarem depoimentos sobre os acontecimentos registados na via pública, defronte a referida igreja.
O oficial da corporação avançou que a polícia foi chamada para intervir, evitando que a situação de segurança pública fosse afectada, convidando, posteriormente, os pastores a deslocarem a esquadra. “Depois de prestarem depoimentos foram liberados. O processo será remetido ao Ministério Público para os tramites legais”, reforçou
Os bispos e pastores angolanos, que se demarcaram da ala brasileira fiel a Edir Macedo, ocupam desde segunda-feira algumas igrejas em Luanda e nas províncias de Benguela, Huambo, Malanje, Namibe, Cuanza Sul.
Os angolanos acusam os brasileiros de irregularidades e montaram, nesta segunda-feira, o seu “ estado-maior “ na Catedral do Morro Bento, localizado na Avenida 21 de Janeiro.
Liderados pelo bispo Valente Bizerra, os pastores angolanos decidiram romper, em Novembro do ano passado, com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, por alegadas práticas doutrinais contrárias à religião, como a exigência da prática de vasectomia, castração química, além da evasão de divisas para o exterior do país.
Organizados num grupo que decidiram apelidar de Comissão de Reforma de Pastores Angolanos (CRPA), justificaram o acto com o facto de os bispos e pastores brasileiros continuarem a revelar uma forte ganância pelo dinheiro dos fiéis, por promoverem o racismo, discriminação social, abuso de autoridade, faltas de respeito, humilhações públicas contra pastores angolanos, evasão de divisas e expatriamento ilícito de capitais.