Arrancaram oficialmente as obras da Marginal da Corimba, no troço Corimba–Memorial António Agostinho Neto, um projeto estruturante para Luanda que prevê melhorias na circulação rodoviária, saneamento básico, mobilidade urbana e condições habitacionais das populações afetadas.

A empreitada, avaliada em 245 milhões de euros, terá a duração de 20 meses na primeira fase, mas todo o projeto deverá estar concluído em 36 meses, abrangendo três fases de execução.
Infraestruturas e realojamento
O plano contempla a construção de 2.000 casas sociais — entre vivendas em banda, tipologias T2 e T3 minadas e casas evolutivas — para realojar famílias que vivem atualmente em zonas de risco e serão afetadas pelas obras.
Além disso, o projeto integra a construção de três viadutos (Corimba, Mercado do Peixe/Amabunda e Samba), novas vias urbanas, bem como um corredor rodoviário de 17,7 km no Rio Cambamba, associado ao sistema de macro-drenagem de águas pluviais.
Dragagem e sustentabilidade
A obra prevê ainda a dragagem de 85 metros ao mar para a expansão da faixa costeira e a criação de infraestruturas de recolha, tratamento e lançamento controlado de águas residuais e pluviais provenientes do Rocha Pinto e da Corimba.
O projeto foi concebido em alinhamento com o Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027, o Programa Nacional de Requalificação e Reconversão de Cidades, a Agenda 2063 da União Africana e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Impacto urbano e económico
Segundo o governador de Luanda, Luís Nunes, a Marginal da Corimba representa muito mais do que um projeto de mobilidade:
“É uma intervenção integrada que conjuga soluções de engenharia, urbanismo e inclusão social para responder a problemas estruturais da nossa capital.”
A empresa Motengel, responsável pela execução, garantiu cumprimento dos prazos e qualidade da obra, sublinhando o “volume enorme de trabalho” envolvido.
Financiamento
O projeto conta com uma linha de financiamento conjunta de Portugal e da banca angolana, assegurando a continuidade da execução sem interrupções.
Com a conclusão prevista em três anos, a Marginal da Corimba surge como um dos mais ambiciosos projetos de requalificação urbana de Luanda, com impacto direto na mobilidade, habitação e dinamização económica da capital.