A empresa norte-americana Drill Keep, especializada em equipamentos de perfuração, deu entrada com uma ação judicial no Texas, em fevereiro deste ano, contra a petrolífera angolana Sonangol e o grupo francês SPIE, exigindo o pagamento de uma dívida avaliada em mais de 5 milhões de dólares.

De acordo com informações divulgadas pelo portal Africa Intelligence, a dívida resulta de contratos celebrados pela Soneid, uma joint venture criada entre a Sonangol e a SPIE, que adquiriu equipamentos da Drill Keep destinados a operações da ExxonMobil em Angola. O valor total dos fornecimentos ultrapassa os 8 milhões de dólares, mas, até ao momento, menos da metade foi liquidada.
A ação judicial surge num contexto em que a Sonangol enfrenta crescentes dificuldades financeiras e múltiplos processos internacionais, que têm vindo a fragilizar a sua imagem no mercado global. Recorde-se que a petrolífera já esteve envolvida em litígios de grande escala, incluindo a disputa com a Cobalt International Energy, que exigia mais de 2 mil milhões de dólares em compensações.
Especialistas apontam que a acumulação de processos judiciais coloca em evidência falhas na gestão financeira e contratual da estatal angolana, num momento em que a mesma procura atrair investimento estrangeiro e reforçar a sua sustentabilidade no setor energético.
Esta ação reflete os desafios de fluxo de caixa e cumprimento contratual enfrentados pela Sonangol, o que tem levantado preocupações sobre sua capacidade de honrar obrigações financeiras com fornecedores internacionais.
Conflitos judiciais similares já envolvem outras entidades como Cobalt International Energy, que já acionou Sonangol em processos arbitrários nos EUA por valores superiores a 2 bilhões de dólares.
Até ao momento, nem a Sonangol, nem a SPIE se pronunciaram oficialmente sobre o processo aberto pela Drill Keep nos tribunais norte-americanos.