O Governo angolano anuncia hoje um conjunto de medidas económicas de apoio às empresas afetadas pelos atos de vandalismo ocorridos durante os tumultos em Luanda, na sequência da paralisação dos taxistas na semana passada.

De acordo com o Executivo, a partir desta segunda-feira serão disponibilizados apoios financeiros diretos e adiantamentos destinados à reposição de stocks e reparação de infraestruturas danificadas. O objetivo é evitar falências e perda de postos de trabalho, sobretudo nas pequenas e médias empresas mais afetadas.
Serão igualmente ativadas linhas de crédito com condições especiais e criados mecanismos de ressarcimento para os operadores que não dispõem de seguros contra atos de vandalismo, devido aos elevados custos desse tipo de cobertura.
Prejuízos ainda por contabilizar
O setor do comércio e da distribuição classifica os incidentes como um verdadeiro “desastre económico”. Segundo as associações empresariais, muitos operadores perderam mercadorias, viaturas e equipamentos, além de sofrerem danos estruturais nas suas instalações. Os prejuízos totais ainda estão a ser avaliados, mas estima-se que sejam de elevada dimensão.
Apoio da sociedade civil
O Movimento de Apoio Solidário de Angola (MOVANGOLA) manifestou apoio às iniciativas do Governo e às campanhas de sensibilização cívica em curso, com o objetivo de desencorajar práticas de vandalismo e promover uma cultura de cidadania patriótica.
Os tumultos registados entre segunda e quarta-feira da semana passada resultaram em 30 mortos, 197 feridos e mais de 1.600 detenções, além da destruição e pilhagem de dezenas de estabelecimentos comerciais e armazéns em vários municípios de Luanda.