Segunda-feira, 4 de Agosto, 2025

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Cerca de 136 médicos de família regressam a Angola após especialização no Brasil, Portugal e Cuba

Um grupo de 136 médicos angolanos regressou este sábado ao país, depois de três meses de especialização em medicina geral e familiar realizados em Cuba, Brasil e Portugal. A formação integra o Programa Emergencial de Formação de Recursos Humanos para a Saúde, desenvolvido pelo Governo angolano com o apoio do Banco Mundial, e coordenado pelo Ministério da Saúde (MINSA).

A iniciativa visa colmatar o défice de médicos de família no país, reforçando a capacidade das unidades de cuidados primários de saúde, sobretudo em zonas periféricas e rurais, onde a carência de profissionais é mais acentuada.

Segundo o Ministério da Saúde, a especialização seguiu modelos internacionais de ensino prático e comunitário, inspirados nos programas de medicina familiar de Cuba e do Brasil, considerados referências em atenção primária. A formação incluiu estágios em hospitais comunitários e centros de saúde locais nos países de acolhimento, permitindo aos médicos angolanos adquirir experiência clínica diversificada e novas ferramentas de abordagem preventiva e de acompanhamento contínuo das famílias.

Durante a cerimónia de recepção em Luanda, a médica Lívia Kitembo destacou que o estágio “trouxe uma nova visão de proximidade com o paciente e de humanização do atendimento”, enquanto Solange Manuel sublinhou que “o maior desafio será garantir a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em benefício da população angolana”.

Com este reforço de recursos humanos, o Ministério da Saúde espera acelerar a implementação do Plano Nacional de Medicina Geral e Familiar, que prevê formar 3.000 médicos nesta área até 2028, com cerca de 20% da formação especializada a decorrer no exterior. Desde 2021, Angola já conta com mais de 350 especialistas formados em medicina familiar e cerca de 600 médicos em programas de residência, segundo dados oficiais.

Além do impacto imediato na cobertura dos cuidados primários, o programa deverá contribuir para uma melhor distribuição de profissionais pelo território, reduzir desigualdades no acesso à saúde e criar uma rede de preceptores e tutores clínicos que sustentem o crescimento futuro da medicina de família em Angola.

O regresso dos médicos foi recebido com otimismo pelas autoridades, que consideram a iniciativa uma aposta ganha na construção de um sistema de saúde mais próximo das comunidades e capaz de responder de forma eficaz aos desafios sanitários do país.

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