O Presidente da República, João Lourenço, afirmou que pensa diariamente na sucessão e que considera sua obrigação preparar o caminho para que Angola tenha um líder capaz de dar continuidade ao desenvolvimento do país.
“O que eu pretendo é que quem quer que venha a substituir-me seja igual ou melhor que eu. Se não conseguir isso, sentirei remorso”, disse, acrescentando que seguirá os estatutos do partido, a Constituição e as leis para garantir uma transição organizada.
O Chefe de Estado voltou a defender a aposta na juventude para a liderança do país, lembrando que José Eduardo dos Santos assumiu a presidência com apenas 37 anos:
“Hoje temos jovens preparados, de todos os pontos de vista, para assumir as rédeas da governação.”
Sobre os novos movimentos inorgânicos que emergem através das redes sociais, Lourenço reconheceu que se trata de uma realidade global e que Angola precisa saber lidar com ela:
“Só estar preocupado não é remédio. É preciso conviver com esta realidade e saber contornar dentro daquilo que a lei permite, ainda mais com o surgimento da Inteligência Artificial, que agrava os riscos das redes sociais.”
O Presidente reforçou a distinção entre o direito à manifestação e os actos criminosos:
“Manifestação é um direito e o Estado tem obrigação de proteger os que se manifestam. Mas se alguém queima viaturas ou contentores de lixo, isso já é crime e deve ser tratado como tal.”
Lourenço admitiu que Angola tem registado protestos relacionados com o aumento do preço dos combustíveis, mas destacou que o preço do diesel em Angola — cerca de 40 cêntimos de dólar por litro — continua a ser um dos mais baixos do mundo:
“Muitas vezes, este argumento é utilizado por aqueles que querem criar dificuldades ao poder.”
