Luanda, 9 de Julho de 2025 – O presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Énio Costa, afirmou hoje que o recente reajuste nas tarifas dos transportes públicos foi uma medida de equilíbrio, necessária para proteger tanto os cidadãos como as empresas do sector, numa altura em que o preço do combustível sofreu novo aumento.

“Foi um ajuste razoável, porque poderia ter sido mais. Foi feito em função do novo preço do combustível”, declarou Énio Costa, à margem do 2.º Fórum de Transporte e Logística, realizado em Luanda, sob o lema “O Novo Aeroporto como Pólo de Desenvolvimento Económico para o País”.
O reajuste surge uma semana após o aumento do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro, no âmbito da retirada gradual dos subsídios aos combustíveis, iniciada pelo Governo em 2023.
Medida para evitar falências no sector
O responsável da ANTT explicou que, diante dos novos custos operacionais, seria inviável manter os antigos preços, sob pena de comprometer a viabilidade financeira das empresas de transporte público.
“As empresas têm uma estrutura de custos que precisam de compensar. Se não o fizéssemos, poderíamos ter empresas deficitárias, o que também não é ideal”, justificou.
Segundo a nova tabela tarifária definida pela ANTT:
- O serviço de táxi coletivo passou de 200 kwanzas para 300 kwanzas;
- A tarifa dos autocarros urbanos subiu de 150 para 200 kwanzas;
- Os serviços intermunicipais ficam sujeitos a reajuste por decisão das administrações locais.
Reações e manifestações
A decisão não foi bem recebida por parte da população. Várias vozes manifestaram nas redes sociais e nos meios de comunicação social o desagrado com o aumento das tarifas, e está anunciada uma manifestação pública para o próximo sábado, em protesto contra os novos preços.
Questionado sobre essas reações, Énio Costa considerou os protestos como “normais”, mas reforçou que o ajuste era inevitável.
“É o necessário para haver equilíbrio entre as famílias, que precisam se deslocar, e também as empresas, para garantir o funcionamento normal do setor”, disse.
O responsável reiterou que não se tratou de um aumento excessivo, mas sim do mínimo indispensável para preservar a sustentabilidade do transporte coletivo urbano.
Lusa