Os preços internacionais do petróleo registaram uma forte queda nesta terça-feira, 24 de Junho, depois do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter declarado que a China poderá manter as suas importações de petróleo proveniente do Irão. A afirmação trouxe alívio momentâneo aos mercados energéticos, atenuando os receios quanto a eventuais restrições no fornecimento da commodity a partir do Médio Oriente.
“A China agora pode continuar comprando petróleo do Irã. Com um pouco de sorte, também comprarão muito petróleo dos Estados Unidos”, escreveu Trump na sua plataforma Truth Social, enquanto viajava para Haia, nos Países Baixos, onde participará na cimeira da NATO.
Por volta das 14h05 GMT (11h05 em Brasília), o barril de Brent, referência internacional para o crude, descia 4,66%, sendo negociado a 68,15 dólares (aproximadamente 376,23 reais). O equivalente norte-americano, o West Texas Intermediate (WTI), registava queda idêntica, situando-se nos 65,32 dólares (cerca de 360,61 reais) por barril.
A tendência de baixa já se fazia sentir desde o anúncio da trégua entre Irão e Israel, bem como após as retaliações do Irão contra posições militares norte-americanas no Iraque e no Qatar terem sido avaliadas pelo mercado como simbólicas e de impacto limitado.
“As retaliações do Irão foram mais simbólicas do que reais e não causaram muitos danos”, comentou Ole Hvalbye, analista do banco SEB, citado pela agência AFP.
Para Jorge León, especialista da consultora Rystad Energy, “o risco de um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz [rota vital por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial] diminuiu significativamente”, o que também contribuiu para o alívio dos investidores e operadores de mercado.
Apesar da relativa acalmia momentânea nos preços, analistas alertam que a situação no Médio Oriente permanece volátil, sobretudo face à possibilidade de novos episódios de tensão entre Washington, Teerão e Telavive, bem como às movimentações de forças navais ocidentais na região.