A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, afirmou esta quarta-feira, 18 de Junho, que a Rússia “não tem nenhuma chance” contra a NATO, mas sublinhou que é fundamental manter a unidade da aliança militar transatlântica num momento de crescentes tensões no continente europeu.
“Manter a unidade da aliança é tão prioritário quanto aumentar os gastos com defesa”, declarou Kallas, numa antevisão à cimeira da NATO, agendada para a próxima semana, em Haia, nos Países Baixos.
Dos 32 países membros da NATO, 23 integram igualmente a União Europeia, facto que reforça a necessidade de uma coordenação estreita entre ambas as organizações face à ameaça russa, segundo a diplomata.
Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estónia e natural deste país que integrou a antiga União Soviética, afirmou que “aqueles que fazem fronteira com a Rússia sentem frequentemente as suas provocações”, referindo-se às crescentes tensões nas regiões do Báltico e do Leste europeu.
“Aqueles de nós que viveram o imperialismo soviético sentem ainda mais esta ameaça”, acrescentou, alertando que o perigo representado pela Rússia não se restringe apenas aos países vizinhos, mas constitui “um problema para todos nós”.
Durante a cimeira de Haia, os países aliados discutirão a possibilidade de um aumento significativo dos gastos militares. Os Estados Unidos têm insistido na elevação da meta de investimento militar dos actuais 2% para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, uma proposta considerada, para já, inviável pela maioria dos membros europeus da aliança.
A cimeira decorre num contexto de prolongamento da guerra na Ucrânia e de uma retórica cada vez mais agressiva por parte de Moscovo, o que leva a NATO a reforçar o seu compromisso com a segurança colectiva e a dissuasão militar.
