Londres, 19 de Maio de 2025 – Os preços internacionais do petróleo encerraram a sessão desta segunda-feira com flutuações modestas, num mercado marcado pela incerteza económica, negociações geopolíticas sensíveis e sinais contraditórios da economia chinesa.
O barril de Brent do Mar do Norte, referência na Europa, para entrega em julho, registou uma ligeira queda de 0,20%, fixando-se em 65,54 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, subiu 0,32%, sendo comercializado a 62,69 dólares.
Segundo analistas, o mercado permanece nervoso após a decisão da agência Moody’s de rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos, de Aaa para Aa1, na última sexta-feira, citando preocupações com a inflação e os níveis elevados de dívida pública. Embora o corte na classificação fosse esperado, o seu timing foi considerado desfavorável num contexto de elevada sensibilidade do mercado.
Incertezas geopolíticas agravam volatilidade
A instabilidade também está a ser alimentada pelas negociações nucleares com o Irão e os diálogos de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. O analista John Kilduff, da Again Capital, afirmou à AFP que o mercado se mostra inquieto com as “idas e vindas” nas tratativas sobre o programa nuclear iraniano, que podem resultar num alívio das sanções e aumento da produção iraniana, pressionando ainda mais os preços.
Por sua vez, o presidente norte-americano Donald Trump, que reassumiu o cargo em Janeiro, afirmou nesta segunda-feira que Rússia e Ucrânia iniciarão negociações imediatas para um cessar-fogo, após uma longa conversa telefónica com Vladimir Putin. No entanto, analistas como Stephen Schork, do The Schork Group, alertam que “nada está confirmado ainda”, aumentando a cautela dos investidores.
China: crescimento industrial e consumo vacilante
Do lado asiático, os dados económicos da China revelaram um cenário misto. A produção industrial ultrapassou as previsões em Abril, sinalizando uma recuperação no setor secundário, mas as vendas no retalho ficaram aquém do esperado, evidenciando fragilidade na procura interna.
A economia chinesa, sendo a maior importadora mundial de petróleo, desempenha um papel crucial na definição da trajetória dos preços da matéria-prima. A combinação entre sinais contraditórios da recuperação chinesa, incertezas políticas no Médio Oriente e Europa Oriental e fragilidade fiscal dos EUA, mantém o mercado em estado de alta volatilidade.
