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BNA mantém Taxa de Juro de Referência em 19,5% e reduz Absorção de Liquidez para dinamizar mercado interbancário

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu manter a Taxa BNA em 19,5% durante a sua reunião realizada nos dias 17 e 18 de Março de 2025, na cidade de Ondjiva, província do Cunene. A taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez também se manteve em 20,5%, enquanto a Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez foi reduzida para 17,5%, numa medida que visa incentivar maior dinamismo no mercado monetário interbancário.

BNA mantém Taxa de Juro de Referência em 19,5% e reduz Absorção de Liquidez para dinamizar mercado interbancário

O cenário económico global continua a ser influenciado por tensões comerciais entre as principais economias, aumentando a incerteza e a volatilidade nos mercados financeiros. Estas dinâmicas têm tido impacto negativo nos preços das commodities, tanto energéticas como não energéticas. Em Fevereiro de 2025, o preço médio do Brent situou-se em 74,95 USD por barril, uma queda de 4,45% face ao mês anterior, devido à expectativa de excesso de oferta. As agências internacionais antecipam que o preço do petróleo continue em queda até ao final do ano, com projecções abaixo dos 70 USD por barril.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,4% em 2024, impulsionado pela actividade petrolífera, que registou uma expansão de 2,9%, e pela actividade não petrolífera, que cresceu 4,9%. A inflação mensal em Fevereiro de 2025 desacelerou para 1,59%, comparando com os 1,67% do mês anterior, com a classe Alimentação e Bebidas não Alcoólicas a contribuir com 1,06 pontos percentuais, o equivalente a 66,69% da inflação do mês. A inflação homóloga reduziu-se para 25,26%, mantendo a tendência descendente pelo sétimo mês consecutivo.

Dos 732 produtos que compõem o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN), 24 foram responsáveis por 48,92% da inflação, destacando-se o pão de trigo, a cebola, o tomate e a carne de primeira, que juntos contribuíram com 0,78 pontos percentuais da taxa mensal.

A Base Monetária em moeda nacional contraiu 3,62% em Fevereiro, após uma ligeira queda de 0,07% em Janeiro, reflectindo-se na diminuição de Notas e Moedas em Circulação (-0,45%) e Reservas Obrigatórias (-10,96%). O agregado monetário M2 cresceu 1,26% em Fevereiro, após uma contracção de 1,80% no mês anterior. Em termos acumulados, registou-se uma redução de 0,56%. O stock de Notas e Moedas em Poder do Público diminuiu 3,21% no mês e 12,38% em termos acumulados.

O crédito à economia, em moeda nacional, atingiu 6,24 biliões de Kwanzas, um aumento de 3,47% face a Janeiro, e uma subida acumulada de 3,87%, o equivalente a 232,77 mil milhões de Kwanzas. No sector externo, o saldo da conta de bens aumentou 21,26% em Fevereiro, passando de 1,24 mil milhões USD para 1,51 mil milhões USD. No entanto, em termos acumulados até Fevereiro, o saldo situou-se em 2,75 mil milhões USD, abaixo dos 3,47 mil milhões registados no período homólogo de 2024, representando uma queda de 20,64%.

Esta redução deve-se à diminuição das exportações em 7,76%, que passaram de 5,72 mil milhões para 5,28 mil milhões de dólares, e ao aumento das importações em 12,01%, subindo de 2,26 mil milhões para 2,53 mil milhões de dólares. Por fim, as reservas internacionais fixaram-se em 15,34 mil milhões de dólares, o que garante uma cobertura de 8,16 meses de importações de bens e serviços. A redução das reservas está associada a financiamentos ao Tesouro Nacional.

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